Líderes políticos infantis

por Nina Lemos
Tpm #145

Veja o que alguns amigos da Tpm faziam quando eram crianças inocentes e… políticas!

Ser presidente do clube de brincadeiras da rua, liderar um panelaço e fazer parte de um grupo socialista que se reunia para discutir Marx no… Mc Donald’s! Veja o que alguns amigos da Tpm faziam quando eram crianças inocentes e… políticas!

“Com cerca de 12 anos, eu era do Alicerce da Juventude Socialista. Como estudava no Andrews, um colégio classe média alta do Rio de Janeiro, só éramos três lá. Então o colégio não nos cedeu uma sala. Após inúmeras assembleias entre os três, decidimos nos reunir no Mc Donald’s que ficava ao lado do colégio, ali na Praia de Botafogo. Sim, para discutir comunismo.”

Leonardo Aversa, fotógrafo

“Quando eu tinha uns 7 ou 8 anos, organizamos um clube na minha rua em Bragança Paulista. Chamava O Clube dos Brincalhões. Toda semana trocava de presidente. A eleição era baseada em feitos como esvaziar pneu de carro (dois pontos), tocar campainha e sair correndo (quatro pontos) e por aí vai. O eleito era o líder da semana. E, claro, eu fui o menino que foi presidente do clube mais vezes.”

Tatá Aeroplano, cantor e compositor

“O grande evento político da minha infância foi a Revolta dos Picolés. O dono da cantina do colégio fez um conluio com o diretor para proibir que os camelôs vendessem picolé através da grade na hora do recreio. Era o picolé mais barato e mais gostoso, claro. Revoltados, os líderes políticos começaram a fazer discursos em cima da mesa de pingue-pongue. Acabamos o recreio gritando: ‘Queremos picolé, queremos picolé!’. Depois jogamos um monte de picolés (não sei onde achamos) em cima do dono da cantina, que teve que se esconder no carro. Sim, teve um pouco de vandalismo. Mas vencemos.”

Nina Lemos, editora desta seção

“Na época das Diretas Já, tinha uns 16 anos e já era todo metido a politizado. Foi marcado um panelaço para apoiar a campanha e eu fiquei imaginando como convencer não só meus pais, como meus vizinhos, a bater panela. Não lembro direito, mas era pra bater panela perto da hora do jantar. Escrevi uma carta e coloquei debaixo da porta de cada vizinho da quadra. Ali, eu dizia que, com a democracia que viria com as Diretas Já, a inflação, que era uma loucura na época, iria melhorar e que teríamos mais comida nas panelas (parece truque, mas eu acreditava piamente nisso). Conversei com vizinhos e deu certo. Na hora marcada, nossa quadra fez um barulhão.”

Vitor Angelo, jornalista e ativista (claro!)

fechar