Criador da página Galãs feios analisa os crushes da redação e deixa claro: a beleza está nos olhos de quem vê
A gente sabe: o que é beleza pra um, pode cair como estranheza pra outro. Homem peludo, usuário de coque, barriguinha saliente… Há sempre quem ame e quem odeie. Numa reunião recente aqui na redação, alguém perguntou indignado: “Mas quem quer ver o PC Siqueira pelado, gente?”. Metade da redação levantou a mão. A outra metade quase caiu da cadeira. E quer saber? Amamos essas discussões. Amamos que tenha espaço e corpo pra todo gosto. E, como não tem nada mais clichê do que gostar de unanimidade, fizemos uma lista com nossos crushes e mandamos pra análise do maior especialista em “galãnidades” do momento: Helder Maldonado, autor da página Galãs feios.
"Criei a página em março após não suportar mais falarem por aí que os irmãos Simas eram os homens mais bonitos do Brasil. Inaceitável. Revoltante. Precisava denunciar este golpe e vários outros que me incomodavam. Aguardem novas denúncias: não passarão!".
Os crushes da Tpm
Mano Brown. Qui negão da porra! Único homem que está liberado a usar bigodinho de charreteiro sem culpa. Aliás, por que o Mano Brown é considerado galã e o Phil Lynott, do Thin Lizzy, não?
Jesuita Barbosa. Novo xodó das cirandeiras, o ator é o legítimo galã feio que você encontra no show do Otto e tomando uma cachacinhas na Augusta.
Paulo Tiefenthaler. Um homão da porra e adepto do lema punk "faça você mesmo". Primeiro YouTuber calvo e quarentão. Merece todo meu respeito. Mas galã é forçar a barra um pouco, não é mesmo? Vamos respeitar esta palavra.
Chico Buarque. Cosplay do Paulo Silvino, Chico ainda se garante como galã por ter preservado o intelecto estável, caso raro entre famosos brasileiros. Mas calma, ele só tem olhos azuis! Mentira. O Chico é homão!
Otto. O cantor exala cerveja e testosterona até em foto. Mais um cirandeiro que não precisa de kit para se garantir. Basta existir. E colocar uma camisa com estampas de sofá dos anos 70, que também não é assim tão fácil ser o galã preferido de dez entre dez estudantes de humanas.
Fernando Haddad. O prefeito mais gato do Brasil é um raro caso de tiozão que não enfrenta crise de meia idade e começa a instalar kits para se atualizar e ficar parecido com o sobrinho que frequenta balada sertaneja ou centro acadêmico. Resistência cinquentona.
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Marcelo Freixo. Mesmo caso do Haddad, com a única diferença de não ser gato: calma, só tem olho verde!
PC Siqueira. Um novo adepto do kit galã feio, composto por tatuagem, cabelo undercut (também conhecido como corte pidgeotto) e até cirurgia para corrigir estrabismo.
Drake. O problema dele é apenas ser um dos piores rappers da história. Mas é o maior galã negro da atualidade, embora seja usuário do kit maromba. Temos denúncias sobre o passado dele e infelizmente as imagens não são tão boas. Mas isso foi superado. Agora só falta lançar disco bom.
Gregorio Duvivier. O ator e escritor serve para as mulheres fazerem um teste: você sabe diferenciar gente bonita de gente famosa? Se sim, reconhece que Greg não é galã. Mas aí o cara compensa com o kit intelectualidade e criatividade, que, felizmente para nós, mal diagramados, também tem bastante demanda nesse mundo desconstruído pós-moderno.
Rodrigo Amarante. O incrível caso do homem de 40 anos que parece seu avô.
Juliano Cazarré. É golpe! O ator é uma mistura de Felipe Vizeu do Flamengo com Rodrigo Minotauro. Bastante mal diagramado e faz uso de vários kits para disfarçar isso. Calma, só é famoso!
Wagner Moura. A nossa Katie Holmes de barba é um homão da porra! Quem disse que é preciso ser bonito para ser galã nunca viu o Wagner em cena. Faz até hétero repensar a orientação sexual.
Lázaro Ramos. Integra um dos casais mais admirados do Brasil, além de ser um homão da porra e engajado politicamente. Suinga demais esse baiano.
Vincent Cassel. Franceses têm charme. Mas Vincent Cassel não tem só isso, tem também um dos narizes mais viris do país europeu. A prova viva de que rinoplastia é um equívoco em todos os sentidos. Ninguém se beneficia desse golpe estético.
Johnny Massaro. Qui desconstruído da porra! Mas desinstala o kit e o que sobra é aquele seu gerente de banco com uma SUV que quer te obrigar a comprar um título de capitalização.
Criolo. Galã rústico, que não usa nenhum recurso para disfarçar a má diagramação. Talvez seja esse o segredo dele entre o público feminino: não ser necessariamente galã, mas compensar com borogodó e não tentar enganar ninguém.
Vladimir Brichta. Um galã legítimo, mesmo que insista nesse cabelo que já era cafona até quando era moda.
Julio Andrade. Adepto do kit mendigo gourmet, tem aquele ar desprendido de professor de história da USP, que usa bolsa de couro e bate palma para o pôr do sol quando sai para beber com os alunos.
Belchior. É o pré-Pedro Pascal e melhor usuário de bigode que já passou pelo Brasil, quiçá no mundo. Aliás, o Belchior tá sumido, né? Por onde anda Belchior? Um beijo, Belchior!