Na pintura da americana Kelly Reemtsen, nada é o que parece
As telas de Kelly brincam com as prendas até no título: A igualitária oportunista; e, à esq., Meu hobby favorito / Créditos: Pinturas: Kelly Reemtsen - Reprodução: Vanessa Stump/Divulgação
Ao contrário do que as telas acima sugerem, a obra da americana Kelly Reemtsen não representa donas de casa dos anos 50. “É sobre a mulher moderna se sentindo poderosa, fazendo o trabalho que precisa com graça e beleza”, explica a artista nascida nos anos 60. De fato, o que vemos são mulheres impecavelmente vestidas, empunhando com destreza utensílios domésticos. Algumas carregam ferramentas pesadas. Não é tão mórbido quanto parece, por mais que seja desconcertante. “É difícil ver uma mulher segurando uma serra elétrica e não formar uma opinião forte”, argumenta Kelly. “Gostaria que, olhando de novo e lendo os títulos, vissem força e humor.” E por que todas estão sem cabeça? É um símbolo de submissão? Na verdade, é mais simples: os desenhos são dela mesma, mas a artista escolheu manter o anonimato. “Assim o observador pode ver a si mesmo na pintura. É muito mais interessante do que um típico autorretrato”, esclarece.
