Como citei no último post, sexta passada foi o início da temporada de compras nos EUA. O fim de semana em Nova York não lembrava crise nenhuma. Lojas lotadas, o MoMA (foto), que cobra 20 dólares de entrada, mais ainda, assim como Lincoln Center, restaurantes e cinemas.
Mas o que me impressiona - desde sempre - são as pessoas que se plantam na porta das lojas de departamento desde quinta, esperando o famoso Black Friday, a sexta-feira de descontos. As cenas na televisão sempre foram grotescas: as portas das megaloja abrindo às seis da matina, e uma invasão de pessoas desesperadas correndo para todos os lados.
Se alguém critica fanatismo por alguma religião, isso não é muito diferente. Na sexta passada, a galera que invadiu a Walmart de uma cidade do subúrbio do estado de Nova York matou um dos funcionários. Ele foi derrubado e pisoteado pela selvageria dos consumidores - algum deles, se recusaram a sair da loja depois da morte do rapaz, alegando que estavam na fila desde quinta-feira. O funcionário era filho de haitianos, tinha apenas 34 anos e foi contratado especialmente para trabalhar nesta época do ano. Enquanto isso, os comerciais da WalMart na TV continuam anunciando que eles contrataram mais caixas para atender à demanda. Como se nada tivesse acontecido.