E se fosse com eles?

por Nina Lemos
Tpm #142

Ser encoxada no metrô, passarem a mão na bunda... E se essas coisas acontecessem com eles?

Ser encoxada no metrô, passarem a mão na sua bunda... E se esse tipo de coisa acontecesse com os homens? Perguntamos para amigos da causa feminina o que eles fariam se fossem atacados como acontece todos os dias com as meninas

Desde a pré-adolescência a gente sabe o que é ter um homem passando a mão na nossa bunda ou nos encoxando em transportes públicos. E gritamos junto com os que dizem não a esse tipo de coisa. Chega! É abuso. É crime. Felizmente, muitos homens apoiam nossa causa. Só que eles nunca, mas nunca mesmo (para sorte deles), estiveram na nossa pele. Então, resolvemos perguntar a alguns amigos com todas as letras:

O QUE VOCÊ FARIA SE PASSASSEM A MÃO NA SUA BUNDA OU FOSSE ENCOXADO NO METRÔ?

“Considerando que isso vem carregado de abuso e grosseria, provavelmente eu daria um empurrão e uns berros. Me afastaria, buscaria apoio e denunciaria. Nunca vivi na prática, não sei o que é sentir isso se repetindo. Mas me parece que o caso demanda os mesmos cuidados que temos que ter contra assaltantes.” Juliano Gauche, cantor e compositor

“No mundo gay há lugares em que as pessoas vão para passar a mão na bunda e no pau dos outros, mas é algo quase consentido. E o gesto de tirar a mão, se você não gostar, é normal. Podemos não ser objeto sexual se assim não quisermos, o que não acontece com as mulheres, muitas vezes agredidas por recusarem isso. O direito de escolha é negado a elas, seja no caso da mão-boba, na decisão sobre o que vestir ou no direito de ficar sozinha em um bar sem ninguém achar que ela está lá querendo algo mais.” Vitor Angelo, jornalista

“Faria tudo pra pessoa ficar constrangida, apertaria ela contra outra pessoa, pra sacar que fez cagada. Agora, se isso acontecer na boate, eu tiro satisfação, pego com força a mão da pessoa, sei lá... não deixo barato.” Alex Rocco, produtor executivo da Tpm

“Eu faria o que falo para todas as minhas amigas fazerem: gritar pra constranger e chamar a polícia. Mas é muito fácil falar sem saber como as mulheres realmente se sentem. Deve ser um nojo mortal misturado com total pavor...” Adriano Cintra, cantor e compositor

fechar