Cinco conselhos para uma jovem viajante

por Gaía Passarelli

Dicas que servem para quem vai colocar a mochila nas costas e pegar a estrada pela primeira ou pela décima-sétima vez

A coisa mais legal de escrever para a Tpm (aliás, acabamos de completar seis meses de namoro) tem sido o retorno de garotas a fim de viajar e que ficam inspiradas pela coluna. Por e-mails e mensagens de Facebook e Twitter, ganhei leitoras, sugestões e até livros novos!

A coluna passada, em especial, motivada pelo crime contra as jovens argentinas no Equador e dando dicas de segurança, rendeu bastante assunto e me deixou com vontade de retornar ao tema. Viagem é um dos meus papos preferidos e encontrar gente buscando respostas que posso dar, ou a fim de discutir questões da estrada, é um prazer. Pensando nisso, separei mais cinco dicas que servem para quem vai viajar pela primeira ou pela décima-sétima vez. E servem pra vida, se você pensar bem.

Prepare-se. Leia algo antes de ir. Não estou falando só de guia de viagem. Livros de memórias ou ficção, filmes ou documentários passados no lugar que você vai visitar são uma boa forma de pegar o sense of place, o clima do local. Lojas e restaurantes são legais, é claro. Mas saber fatos históricos ou conhecer um pouco da geografia vão tornar sua viagem muito mais rica e interessante. E saiba que mesmo preparadérrima, você vai se perder, não entender, confundir. Ficar confusa é parte da condição de estrangeira. Aceite.

Leve menos bagagem. Sabe tudo aquilo que você colocou na mala? Tire metade. E depois tire mais um pouco. Seu cabelo não vai cair se ficar uns dias sem o shampoo preferido. E mesmo ele cabe naquelas garrafinhas plásticas pequenas que vendem em farmácia. Viajar com muita coisa é das paradas mais chatas que tem. Claro que o que você carrega é problema só seu e quem sou eu para julgar a necessidade de ter uma mala só de sapatos numa viagem de dez dias, certo? Mas, essa lista é sobre conselhos e esse é um conselho que vale pra vida: viaje leve. Repita roupa. Passe uns dias sem maquiagem. Amarre o cabelo. Evite e tentação de comprar tudo que vê pela frente. Você vai se sentir melhor e vai aprender a viver uns dias com menos supérfluos. Funciona, pode crer.

Faça seguro viagem. “Mas vai precisar?” Bom, só se você tipo ficar doente, quebrar o pé, for atropelada. Ou seja: se precisar, você vai ficar muito feliz de ter feito o seguro-viagem. Todos os cartões de crédito internacionais e grandes bancos oferecem um tipo de seguro viagem, que normalmente é temporário. Então sua bandeira é uma boa forma de começar a pesquisa. Mas existem dezenas de companhias no Brasil e no mundo oferecendo o serviço. Uma vai servir pra você. 

Faça planos. Eu tenho o hábito de criar mapas no Google Maps para usar offline. Você não precisa ir tão longe, mas pelo menos viaje sabendo onde vai quando sair do aeroporto. Já fiquei andando sem rumo em San Pedro de Atacama por ter chegado no primeiro dia de um feriado sem fazer reserva de hotel. No fim deu tudo certo, mas acabei gastando dinheiro extra para ficar num lugar capenga apenas por não ter planejado e isso não lá é muito inteligente. Então, saiba onde tem que ir. Mas, lembre-se...

Seja flexível. Planos existem para serem mudados. Meus Google Maps quebram um galho, mas nunca impedem que eu pare para comer naquele lugar perto do hotel que parece gostoso, visite o museu que vi no Twitter de manhã ou simplesmente tire a tarde para fazer nada e recuperar energias se bater vontade. Ou seja, leve em consideração todas as dicas que recebeu, faça esforço para não perder nada que parece incrível – afinal, você saiu de casa foi pra viver! Mas nunca leve listas de coisas “obrigatórias” a fazer muito ao pé da letra. Obrigatório é o que você tem vontade. Mesmo que seja não fazer nada. Tudo bem.

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Créditos

Foto destaque: Hannah Morgan

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