norte-americana Alison Bechdel propôs numa tirinha um teste para filmes que ficou famoso entre feministas e cinéfilas e acabou ganhando o nome de Bechdel Test. Um filme só passa no teste se:
1. Existe mais de uma mulher na história
2. Elas conversam entre si
3. Elas falam de algum assunto que não seja homens
Falando assim, parece fácil qualquer filme passar no teste, mas não é. Pense bem nas últimas produções a que você assistiu. É claro que passar ou não no teste não classifica o filme como bom ou ruim, mas não deixa de ser um termômetro pra gente ver qual tem sido o nosso lugar no cinema. Meia-noite em Paris, aquele filme delicioso do Woody Allen, não passa. Nem O pequeno Nicolau. Potiche, o mais recente com a Catherine Deneuve, passa raspando.
Existe um site que lista filmes (geralmente hollywoodianos) e faz uma classificação de acordo com os simples critérios popularizados pela cartunista nos anos 80. Aplicar o Bechdel Test aos filmes que a gente vê – com ou sem as crianças – é ao mesmo tempo divertido e preocupante. As estatísticas são assustadoramente reveladoras de um machismo e de uma exclusão das mulheres nos papéis importantes da indústria cinematográfica. Já pensou nisso?