As mães criminosas se defendem!!!

por Nina Lemos
Tpm #120

Depois de contarmos as loucuras feitas por nossas mães, deixamos que elas se defendam

Se você leu na primeira parte deste Badulaque testemunhos sobre mães que deixavam seus filhos amarrados na cozinha, brincando de fumar e sendo cuidados por leões de chácara de boates, deve achar que elas são loucas. Como são nossas mães e gostamos delas, deixamos que se defendessem

A defesa de Mariana, mãe de Regina Trama, aquela que deixou o filho com o leão de chácara da boate para dançar “Minha primeira defesa: nunca fui relapsa em relação à criação de filhos. Comecei cedo e consegui a façanha de ter criado seis filhos (nascidos de meu ventre). Meu primogênito nasceu em 1967, mas foi em 1968 que realizei a façanha de ir até uma danceteria com ele, impensável nos dias de hoje. Primeiramente porque a confiança que existia entre as pessoas era outra. Ele não ficou sozinho no carro, como parece no texto. Como eu amamentava, ele ficou no carro com a babá, ao lado da entrada da boate, onde o leão de chácara pudesse ver e me avisar caso algo de errado acontecesse. E o tempo em que fiquei dançando com meu marido não passou de uma hora (queria conhecer o espaço Urso Branco). E, quando andavam de carro sem cinto, era porque o trânsito de São Paulo era outro. O motorista se comportava com educação e respeito. Ufa. Sem mais comentários.”

A defesa de Maria Amélia, mãe de Nina Lemos, aquela que deixava a filha brincar de fumar cigarro “Acho um absurdo pensar no que a gente fazia. Sim, a gente te dava de presente aquele chocolate Cigarrinho, vê se pode! Cada chocolate vinha embalado como se fosse um cigarro. A gente errava, sim. Mas as mães de hoje também são muito exageradas. Essa coisa de proibir criança de comer doce não está com nada. Mas, pelo amor de Deus, explica que você tem uma foto fumando um cigarro, mas que ele estava apagado, que era brincadeira.”

A defesa de Maria Eugênia, mãe de Luciana Obniski, aquela que acelerava o carro para dar frio na barriga das filhas “Crianças têm uma percepção da realidade diferente da dos adultos, especialmente em relação a tamanhos e proporções. Na verdade o que eu fazia era não frear o carro para passar nas lombadas, que ficavam na parte da rua que não é ladeira. De qualquer forma, se a pior lembrança da infância que a Lu consegue ter é essa de muita diversão, então estou muito feliz! Ganhei meu dia!”

Sara, a mãe de Jéssica DeSilva, aquela que lotava a Caravan de criança mamando leite condensado “Antigamente não existia essa consciência de segurança no trânsito! E não ia só você no chiqueirinho, não. Iam suas irmãs, suas primas, as amiguinhas... A Caravan era uma festa! Quanto ao leite condensado, mais uma vez, essa consciência alimentar também não existia. Ele era uma recompensa por bom comportamento. Eu comprava leite condensado de caixa [risos].”

A defesa de Mirna, mãe de Chris Campos, aquela que deixava um filho amarrado em uma cadeira “O meu filho Gustavo era uma criança muito ativa. Essa era a única maneira de ele não se machucar na cozinha, pelo menos por alguns minutos. Ele fazia coisas terríveis, como subir na mesa da cozinha com o garfo de churrasco na mão, e a gente pensava que ele podia morrer. Não tinha outro jeito. Eu cuidava sozinha de três filhos pequenos, sem empregada ou babá.”

Créditos

Imagem principal: Margarida Girão

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