A cantora e atriz carioca Letícia Novaes anuncia a chegada do novo disco da Letuce
A banda carioca de MPB Letuce é fruto de uma história de amor. Em 2008, depois de beber uma garrafa de vinho, a carioca Letícia Novaes pediu o fluminense Lucas Vasconcellos em namoro. O disco, com pitadas de funk, rock e blues, veio um ano depois. Plano de fuga pra cima dos outros e de mim conquistou o público com shows cheios de performances de Letícia – e cumplicidade entre o casal. Tanto que o segundo disco da banda está a caminho graças ao crowdfunding (sistema de doações voluntárias pela internet) do site
Embolacha. Arrecadaram cerca de R$ 20 mil em troca de shows para os fãs que contribuíram. Mesmo sem acreditar em alma gêmea, Letícia aceitou o desafio de falar sobre a parceria com Lucas dentro e fora dos palcos.
“Meu primeiro papo com o Lucas foi sobre água. Sonho com água todo dia. Ele comentou sobre o livro do Bachelard A água e os sonhos e mal sabia eu que dois anos depois lançaríamos nosso primeiro disco juntos, e a capa, claro, um beijo embaixo d’água. Paixão pra mim nunca foi fogo e sim aquática. Sensação de flutuação onírica. Nosso primeiro disco-filho veio assim: ÁGUA.
O segundo disco vai ser aquariano! Fim de janeiro, para quem não entende astrologia. Sim, astrologia não é para acreditar, é para entender. Chama Manja perene, saiu de uma poesia minha feita ao Lucas sobre a vontade de eternizar o amor. Sabe pra sempre? Manja perene? Perene é todo dia, nossa pele se esticando, o cabelo crescendo, o coração nunca parando. Esse disco veio com fogo, veio quente.
Trabalhar com o ser amado não é mar de rosas, aviso às que suspiram em demasia e dizem coisas insanas como ‘vocês são almas gêmeas!’. Não acreditamos nisso, acreditamos no nosso amor e ponto. Existe um mergulho profundíssimo tanto na relação quanto na RALAÇÃO. É pro amor e pro ódio – quando ele pinta em forma de responsabilidades, dinheiro e outros assuntos monstros. A dinâmica fica parecida, o que é ótimo: nos cansamos e nos excitamos juntos, mas é delicado o trato e somos dois indivíduos. Com muita curiosidade um no outro, mas somos dois. Tratamos de manter a sorte que é a de se apaixonar por alguém que se apaixonou por você.
Hedonismo é o nosso ISMO favorito, sempre que podemos nos damos vida boa e mansa, indo para o sítio da vovó ou sassaricando aqui pelo Rio de Janeiro mesmo. Praias afastadas, parques na Zona Norte, bar novo numa ladeira que só dá pra ir a pé, a gente tem coragem. A gente vai. Sempre dá pra saber o que há de graça pra fazer pela cidade, e o Rio oferece muita coisa gratuita, só pelo estar num cenário deslumbrante.
Ano que vem devemos lançar um livro. Finalmente tomei coragem de publicar umas poesias de guardanapo. E Lucas fará as ilustrações, ele tem um traço muito livre no desenho. Mas, como sonhamos com música, devemos fazer também a trilha sonora do livro. Caso o leitor deseje, poderá apertar o play em músicas feitas especialmente pra leitura. Vai chamar Zarafa. Vai ser nossa viagem – AR.
Falei da água, do fogo e do ar. Faltou a terra. Lucas e eu.
Coração.”
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