A pior mentira (da vida). Mas será que é verdade?

por Nina Lemos
Tpm #97

Leia aqui as maiores mentiras que os amigos da Tpm já contaram, e as que já caíram

Fingir para a mãe que ia para a aula e ficar andando de metrô pela cidade, enganar o Renato Russo se fazendo de jornalista e fingir ser outra pessoa durante uma entrevista. Quem nunca fez uma loucura dessas? Leia abaixo as maiores mentiras que os amigos da Tpm já contaram. E as que já caíram. Pode crer


“Faço aniversário dia 1º de abril e, como cresci sendo sacaneada pela data, tenho PAVOR de mentira. Mas a gente acaba ouvindo diariamente. Meu marido, por exemplo, adora responder que está chegando e ainda demora mais 40 minutos! A melhor mentira que eu já contei foi quando eu era diretora de jornalismo da MTV. Fizemos uma edição do MTV no Ar anunciando, com o próprio Marcelo Frommer, o fim dos Titãs. Foi um auê. Frejat, o povo dos Paralamas, todos ligando desesperadamente pros caras e pra gente. Só desmentimos no dia seguinte!” Astrid Fontenelle, apresentadora de TV e jornalista

“Contei uma mentira boa esses dias. Um repórter, ao vivo, me chamou para uma entrevista na rádio e me confundiu com o pianista Vitor Araújo. Só que o repórter estava tão confiante de que eu era o Vitor, que entrei na onda. Disse que estava produzindo um disco novo e, em vez de tocar piano, iria cantar. Acho que o repórter mereceu a mentira por não saber direito quem é quem. E eu também não ia deixar ele chupar esse limão, né? Sou solidário. E as maiores mentiras que eu ouço sempre são dos meus filhos, que todos os dias me dizem que vão arrumar o quarto e estudar com afinco, e eu sempre acredito.” China, cantor e compositor

“Resolvi, em 2002, fazer uma matéria para a Tpm no Capivari, um lugar superperigoso na baixada fluminense, no Rio de Janeiro. Era sobre umas mulheres que faziam justiça com as próprias mãos contra estupradores. Todo mundo da Redação achava que era perigoso eu ir lá. Mas eu falava que não era. Uma vez fui lá escondida da minha chefe. Ainda convenci o motorista a me levar sem contar para ninguém. Depois, voltei com autorização da equipe, mas disse para todo mundo que não era perigoso. A prova de que eu menti é que aquele foi o lugar mais sinistro em que eu já estive – e a justiceira que eu entrevistei foi assassinada um ano depois. A mentira que eu sempre caio? Achar que meu marido, que trabalha com hortas urbanas e faz coisas maravilhosas nas casas das pessoas, está falando a verdade quando diz que no fim de semana vai turbinar a salsinha, o tomilho e o alecrim da nossa horta!” Renata Leão, diretora de Redação da Tpm

“A mentira mais grave que eu contei foi quando eu tinha uns 16 anos. O metrô de São Paulo tinha acabado de ser inaugurado e eu ficava cabulando aula para dar rolê de metrô – isso durou dois meses! Até a minha mãe descobrir que eu não estava indo às aulas, claro! A pior mentira que já me contaram eu não tenho nem coragem de contar, até para não queimar a pessoa.” Marcelo Sommer, estilista

“Sou obcecado por cinema nacional. Trabalhava em um site quando vi que ia passar um filme raríssimo do Julio Bressane. Então, inventei que tinha dentista no meio da tarde. Vi o filme e voltei contando que o tratamento seria supercaro. Minha chefe fez uma cara estranha. Anos depois, soube que alguém tinha me visto saindo do cinema e tinha contado para ela... Quando eu trabalhava no SBT, tinha um colega que mentia para todos nós, dizendo que tinha que enterrar a mulher. E ninguém nem reclamava nem falava nada. Todo mundo já era acostumado com o fato de a mulher dele morrer toda semana.” Vitor Ângelo, jornalista e criador do blog Dus Infernus

“Quando tive que me alistar, entrei em pânico e inventei para os oficiais que tinha acabado de fazer um filme que ia passar em um festival internacional de cinema. Fiz um discurso falando o quanto era um ato patriótico um jovem representar o Brasil em um festival de artes. O filme nunca existiu, claro. A maior quem me contou foi o diretor Gerald Thomas. Ele me falou que ia dirigir minha peça, Antiga. E me deu carta branca para começar a produção. Comecei a produzir, uma jornalista me ligou e publicou uma página sobre meus projetos em um grande jornal... Ele surtou, ligou para o jornal e disse que nunca tinha dito que ia dirigir minha peça. Fiquei 15 anos queimado no jornal para onde dei a entrevista. Hoje, eu morro de rir dessa história.” Dionísio Neto, ator e diretor de teatro

“A maior mentira que já contei foi no desfile Corpo Cru, no inverno de 2002. A ideia era falar do dia em que o corpo, cansado de ser subjulgado pela roupa, resolveu cair fora. Troquei as modelos por bonecos de madeira que iam ‘desfilar’ numa estrutura parecida como a de um açougue. Para manter sigilo absoluto sobre o desfile, ao ser perguntado pela organização do evento sobre o casting, menti dizendo que os meus modelos seriam minha família. Na cara de pau! No fim, a estrutura quebrou no meio do desfile e os ‘modelos’ tiveram que entrar nos braços das camareiras. A maior mentira que sempre ouço é nos pronunciamentos políticos em rede nacional.” Ronaldo Fraga, estilista

“Eu menti para o Renato Russo. Quer dizer, para toda a Legião Urbana. Nunca contei isso para ninguém. Eu tinha 18 anos e era superfã deles. Uma amiga ia entrevistá-los para uma agência de notícias que vendia matérias para o Nordeste e para uma revista de rock que ninguém conhecia. Eu fui com ela, fingindo que ia fazer a matéria para a tal revista, que nunca saiu. Desde então, encontrei o Dado Villa Lobos 1 milhão de vezes, a gente tem amigos em comum, mas... nunca tive coragem de confessar isso para ele. Ai, que vergonha. Desculpe, Dado! A maior que me contaram foi sobre o inferno. Explico: minhas primas e as freiras da escola em que eu estudava falaram que eu iria para o inferno se não fosse batizada. Por causa disso, paguei o mico de ser batizada aos 13 anos.” Nina Lemos, editora desta seção

“A maior mentira que eu contei foi quando a Trip colocou um detetive na minha cola para uma matéria sem me avisar. Percebi que tinha alguma coisa suspeita e mudei todo o meu itinerário. A matéria causou polêmica e eu nunca desmenti que sabia que eles estavam atrás de mim. Foi a mentira em cima da mentira. E a maior mentira que eu ouço é a clássica ‘tô chegando, amor’ da minha mulher. Ela fala que está chegando e nunca chega. As mulheres sempre fazem isso. Na verdade, estão com as amigas, se maquiando, fazendo escalda-pés, mas sempre estão chegando. Mesmo as apaixonadas falam isso. E eu acredito que a minha mulher está chegando todas as vezes.” Arthur Veríssimo, repórter excepcional da Trip

 

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