Esquenta Casa Tpm: Xico Sá

por Natacha Cortêz

Escritor, jornalista e um observador das mulheres, ele estará no dia 4 na Casa Tpm

Xico Sá, 48, é escritor, jornalista, “observador e aprendiz das fêmeas”, como ele mesmo se define. É também colunista da Folha de São Paulo e colaborador dos jornais Diário de Pernambuco, Diário do Nordeste, O Tempo e Correio da Bahia. Na TV, participa dos programas Cartão Verde, na Cultura, e Saia Justa, no GNT. Escreveu mais de dez livros, entre eles: Modos de Macho & Modinhas de Fêmea, Catecismo de Devoções, Intimidades & Pornografias e Chabadabadá - As Aventuras do Macho Perdido e da Fêmea que se Acha.

Participou ainda como coautor de outras dez obras, é parceiro musical do grupo Mundo Livre S/A e contribuiu para o cinema nacional como co-roteirista e até ator. Ufa! E agora o melhor: ele estará na Casa Tpm – que acontece nos dias 4 e 5 de agosto no Clube Nacional, em São Paulo – falando sobre depilação e outras coisas. Aqui, um pouco das observações de Xico sobre o universo feminino.

Apesar de viver nos moldes de hoje, você é um homem criado nas tradições, nos valores de ontem. Como é lidar com uma mulher mais independente e confiante? Você sentiu diferença nelas em relação ao Xico jovem e o Xico de agora? 
Xico Sá - No meu último livro, o Chabadabadá – aventuras do macho perdido e da fêmea que se acha (Ed.Record), deixo essa questão bem explícita. Há um saudável conflito entre a minha criação, ao estilo macho-jurubeba dos varões da família, e os costumes atuais em uma metrópole como São Paulo, onde vivo há quase 20 anos. Do choque entre esses dois mundos nasce minha narrativa sobre os relacionamentos, a nova mulher, etc. Sinto diferença sim entre a minha criação e o que vejo hoje. Diferença, mas não chega a ser um susto. Como meu dever no mundo é ser um observador das fêmeas estou sempre atualizado em relação aos novos costumes. Minha longa experiência como leitor também ajuda – toda a base para conhecer a mulher está em Balzac.

Sabe-se que você é um homem de muitas mulheres. Muitas amigas e muitos amores. Pode nos contar um pouco do que aprendeu com elas?
Ah, quase tudo foi com as mulheres. A começar pela minha mãe, uma ótima ouvinte das dores amorosas das amigas. Tenho esse eco na minha cabeça até hoje e ele sempre volta nas minhas crônicas. Aprendi com as mulheres a dar mais sofisticação às minhas mentiras – homem mente de forma muito primária e inconsequente. Aprendi com as mulheres a observar melhor o drama da existência. E o principal: aprendi a chorar em público. 

 

"Aprendi com as mulheres a observar melhor o drama da existência. E o principal: aprendi a chorar em público"


Você acha que o homem também está mudando, se reposicionando? 
Ainda acho que o homem mudou muito pouco ou quase nada. A mudança é mais cosmética do que para valer. Muita gente confunde o consumo de cremes e outras práticas metrossexuais com sensibilidade. Esse é o conto da indústria cosmética. O homem está na fase do susto, mas tentando enrolar como sempre. Cumpre uma outra tarefinha doméstica, mas continua a ser o porco-chauvinista de sempre.

Em relação à Casa Tpm, qual é sua expectativa?
Acho um evento “mega válido”, como dizem, lindamente, as modernas paulistanas. Uma revista como a Tpm, que nasceu de uma costela diferente no mundo das femininas, tem que manter esse pique de discussões e fugir da pauta pronta e dos manuais mais óbvios. Será um laboratório para este cronista que tenta aprender com as mulheres.

 

Na Casa Tpm, Xico Sá vai falar sobre um intrigante assunto: depilação. Acompanhe todas as novidades sobre o evento que acontece dias 4 e 5 de agosto, em São Paulo. 

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