As luzes e
as trevas de
Jards Macalé

O cantor e compositor
fala sobre música,
inspiração e solidão

Foto: André Seiti/ divulgação

Após duas décadas sem um
disco de canções inéditas,
em 2019 ele lançou o
elogiado “Besta Fera”

Imagem: reprodução

“Cada um tem seu lado besta
fera. Uns se manifestam mais
‘bestaferísticos’ e outros
conseguem dar uma domada na
sua besta. E neste momento
as trevas estão predominando.
Eu nunca ouvi tanto se falar
em trevas, inclusive”

O álbum conta com parcerias
com nomes da cena musical
contemporânea, como Tim
Bernardes, Rodrigo Campos
e Ava Rocha

Jards Macalé fica muito
em casa. Passa as tardes
em seu apartamento no Jardim
Botânico, no Rio de Janeiro,
ouvindo raridades no YouTube
e refletindo sobre a
passagem do tempo

“Eu sou casado com a Rejane
Zilles, mas eu moro eu com
eu e ela com ela. Cada um no
seu canto. Dá 3 horas da tarde
você telefona amoroso, cheio
de saudades. ‘Oi meu amor,
que saudades!’”

“Estar com os passarinhos
é uma companhia muito
agradável e eles vão dando
ideias também”

Ao longo dos anos, Jards
tem se aprimorado na arte
da solidão e do isolamento

“Eu tenho um amigo, no caso
o João Gilberto. Perguntei
pra ele: ‘pô João, e você fica
aí nessa solidão… Como é que
é isso de viver sozinho, a
não ser você e o violão?’”

“E ele levou um tempo pra responder e falou: ‘ouça
seus barulhinhos’. E desligou
o telefone. A partir daí
eu comecei a ouvir os meus
barulhinhos”

“É você consigo próprio.
Tá aqui o barulho, fecha
a porta, anda. Lá vai você
com seus barulhinhos e você
não é tão solitário assim”

PRODUÇÃO: Loly Kras

ENTREVISTA: Emiliano Goyeneche

FOTOGRAFIA: Nathália Cariatti
Vitor Serrano

SOM: Will Gaino

EDIÇÃO: Ludmila Daher
Stephanie Ricci
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