No sistema carcerário, tatuagens são muito mais do que mera decoração corporal. É um código, que outros bandidos (e claro, policiais) sabem ler. Papa-Léguas, Saci Pererê, magos, palhaços, carpas e teias de aranha podem representar a ficha do tatuado.
Há 10 anos, o capitão da Polícia Militar da Bahia, Alden dos Santos começou a compilar imagens de tattoos que circulam em delegacias, penitenciárias, IMLs, jornais e redes sociais. Daí, passou a cruzar os dados: os desenhos mais comuns e os crimes cometidos. O estudo está disponível na internet, já foi baixado por mais de 1 milhão de pessoas e hoje adotada oficialmente como apoio a investigações da PM da Bahia.
Em entrevista à BBC Brasil, o capitão Alden defende que o objetivo não é discriminar pessoas tatuadas: “Isso seria discriminar o próprio ser humano, que há muito tempo usa tatuagens como forma de expressão”.