Sérgio Dias à la carte

por Kátia Lessa

O Mutante da guitarra tira mais um coelho da cartola e grava com banda francesa Tahiti Boy

O Mutante da guitarra Sérgio Dias anda cheio de novidades. Ele acaba de chegar de Paris onde gravou com a banda Tahiti Boy and the Palmtree Family. O disco foi composto e gravado em 12 dias, e a química entre os integrantes foi tão boa, que o artista e o grupo estão conversando sobre a entrada de Sérgio na banda. Desse encontro foi feito até um documentário. Por enquanto a turnê de lançamento fica nos EUA, sem previsão de shows por aqui.

Quanto aos Mutantes, a banda fechou contrato com a Anti/ Epitaph Records (NASA e Tom Waits). O disco sai pela gravadora americana e conta com a participação de Mike Patton, Devendra Banhart, Tom Zé ( em mais de uma faixa), e Erasmo Carlos.

Confira aqui uma entrevista com Dave, do Tahiti Boy:

Como vocês conheceram o Sérgio?

É uma história engraçada. Eu estava em uma radio em Paris para promover o primeiro disco da banda. O jornalista que ia me entrevistar pediu que eu levasse alguns CDs de bandas que eu adorava para tocar durante a gravação. Eu levei o primeiro álbum dos Mutantes, que é um dos meus favoritos de todos os tempos e ele comentou que um amigo seu havia acabado de casar com a filha do Sérgio no Brasil. Então ele fez o contato entre nós. Começamos a nos falar por e-mail, depois por telefone algumas vezes. Deveríamos ter nos conhecido em Londres no último dezembro, mas não aconteceu. Então nos conhecemos quando ele chegou para gravar, há algumas semanas.

Como aconteceu a parceria?
Tudo rolou com muita calma. Decidimos que deveríamos escrever um álbum juntos, e não apenas fazer com que ele trabalhasse na produção. Eu também sou produtor, e por isso não havia motivo para ele apenas montar o disco. O que eu sempre gostei nas músicas dos Mutantes eram as idéias, não apenas os sons. Então fomos para um pequeno studio em Paris e durante cinco dias escrevemos muito. Nos conectamos muito rapidamente. Poderia ter sido um desastre, mas o encontro fluiu com muita facilidade. Quando fomos gravar com a banda toda, poucos dias depois, as canções fizeram todo sentido.

Ele participa de quantas faixas?
Escrevemos 13 faixas, e todos nós tocamos em todas elas. Foi um trabalho de equipe de A a Z.

A banda toda sempre escutou Os Mutantes?
Sou um aficcionado. Algumas pessoas da banda não os conheciam tão bem, mas eu emprestei meu material e todos agora são alucinados pela banda. Mas a melhor parte desse trabalho é que nunca agimos como fãs com o Sergio. Durante o trabalho éramos iguais, e acho que ele gostou desse tratamento. Nós brigávamos com ele quando era necessário.

É verdade que existe a possibilidade dele entrar para a banda?
Eu aind anão sei, mas posso dizer que vamos fazer uma turnê juntos, e provavelmente gravar mais álbuns. Ainda não sabemos como esse projeto vai ser chamado. Tahiti Boy and Mutantes family ? Os Mutantes family tree ? Talvez nosso nome não deva nem estar na capa. ainda não sabemos porque estamos em pleno processo de produção.

Qual a melhor parte de tocar com ele?
São tantas coisas… Acho que te-lo por perto para discutir ideias o tempo todo era a melhor parte. Sair com ele, bater papo e escutar toda a experiência que ele já teve na vida, seus conselhos, sua energia… Ele é o melhor. E toca guitarra como um grande filho da puta.

Vocês não gostariam de conhecer o Arnaldo?

Claro que sim. Ficaria muito feliz em conhece-lo, embora sinta que não preciso. Sérgio tem energia que vale por duas pessoas.

Esse vai ser o segundo álbum da banda?
Nós temos apenas um álbum lançado ano passado na França, Alemanha e EUA, chamado “Good Children Go To Heaven”. Somos todos amigos e músicos, e foi natural fazer música em conjunto. Da mesma forma como aconteceu com o Sérgio. É um caminho natural. Esperamos tocar no Brasil com o Sérgio assim que possível e gravar outras coisas juntos.

Confira o Tahiti Boy and The Palmtree Family:

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