Rumo às estrelas

por Luiz Alberto Mendes

O que pode ser comprado não tem valor

O que realmente tem valor, o que de fato faz a diferença é sempre fruto maturado de um conjunto de detalhes, de pequenas, minúsculas partes que, no momento nos parecem insignificantes. Parece que a realidade se move a uma velocidade supra real, além de nossa percepção. Na água que corre no rio; no fruto da árvore que cai, esparramando sementes; no Sol que não só aquece como dá vida às nossas vidas; na energia que nos vem das estrelas distantes que já nem existem mais; em cada ato humano que com certeza repercute em cada ser humano... Não conseguimos acompanhar a realidade se compondo, se agregando de sedimentos, fragmentos, fiapos, grãos de areia, átomos, protons, neutrons, eletrons e por ai adentro.

Não, absolutamente nada nesse mundo é fácil. Quando parecer ser, recolha-se em suas defesas: alguma teia de aranha pode estar estendida logo à frente. O que pode ser negociado não tem um valor real. A realidade, é claro, também não podia ser nem um pouco fácil. Ela não se faz a um toque, a um impulso de genialidade ou de alguma idéia iluminada. Não temos mais entre nós os homens enciclopédicos dos tempos de Aristóteles e Platão. Ela é construída a partir do esforço sedimentar conjunto de tudo e todos que a compõe. Influenciar a realidade ou tentar compor o que vai acontecer no dia de amanhã é não contar com aquilo que irá nos surpreender. O raciocínio é dialético e somente o novo, o inusitado para nos fazer mover, transcender o presente, ultrapassar o conhecido e crescer rumo às estrelas como parece ser nosso destino

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