por Carlos Sarli
Trip #186

Dois campeonatos de ondas grandes intimidam competidores e machucam até o público

Dois recentes campeonatos de ondas grandes sobem a barra das competições, intimidam competidores e machucam até o público

Maverick’s é sinistro. As pedras, raramente vistas pelo habitual ângulo das imagens divulgadas, que estão ali, agressivamente próximas; a longa remada, para quem não dispõe de auxílio motorizado, que é congelante; o monumento em memória a Mark Foo, vítima fatal da onda, são alguns componentes que intimidam, até mesmo quem só vai visitar.

Há duas semanas isso se tornou mais verdadeiro quando uma onda varreu o público que acompanhava o Maverick’s Surf Contest e deixou mais de uma dezena de feridos, alguns com ossos quebrados. Se em terra o susto foi grande, na água, com a elite dos big riders, o pânico também marcou.

O experiente havaiano Shane Dorian surfava antes do início da prova pela primeira vez em Mav’s, tomou um caldo e foi arrastado por baixo da água por duas ondas, precisou ser resgatado. O defensor do título, Greg Long, só surfou uma onda, caiu, bateu no fundo e não passou da primeira fase.

O risco de morte era evidente, e a maior premiação já oferecida num campeonato de ondas grandes, US$ 150 mil, US$ 50 mil para o campeão, se torna desprezível. Para Gary Linden, shaper e juiz da prova, chamaram a atenção as desistências de última hora e o número de ondas que passavam sem aproveitamento. Ele jura ter visto algumas de 60 pés de face, no que está sendo considerado o maior campeonato na remada já disputado.

O sul-africano Chris Bertish foi o melhor entre os 24 competidores. Carlos “madman” Burle venceu a semifinal e ficou em quinto na decisão. Sua estratégia na final foi descer as maiores, o que lhe valeu três caldos assustadores.

Evidenciando que não é pelo prêmio que esses atletas se arriscam, a maioria deles desceu a costa da Califórnia e no último domingo competiu em Todos os Santos, México, apenas por troféus e uma boa festa. Burle voltou a se destacar, ficando em quarto. O chileno Ramon Navarro, de Pichelemu, uma das cidades mais atingidas pelo terremoto/tsunami, ficou em terceiro. Dorian mostrou que está recuperado do susto de Mav’s e foi vice, e seu amigo Mark Healey venceu. O nome da onda mexicana: Killers.
 
MUNDIAL DE SURFE – WT
Mineirinho terminou em quinto, junto com Parkinson e Durbidge, na etapa de abertura em disputa na Austrália. Slater e Fanning ficaram em nono.
Hoje acontecem as finais. No feminino Silvana Lima segue na prova.

MUNDIAL DE SKATE – WCS
Começa hoje no Rio o Oi Vert Jam, etapa de abertura do circuito. São 30 atletas de sete países, entre eles Renton Millar, Sandro Dias, Dan Cesar. Bob Burnquist, com dor no joelho, era dúvida.

CICLISTAS NUS
O calendário, que chama a atenção para o uso da bike e a vulnerabilidade do ciclista no trânsito, já está à venda, em duas versões, por R$ 45.

 

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