Como não consigo superar meus limites, então apenas mudo algumas fronteiras de lugar
Poemetos e Pensamentos
Sacudido de pura ternura
Me pego de boca entreaberta, sem querer
Deixando essa doçura desmanchar-se
Em meu sangue lentamente.
E me toco, não tão delicado ou devagar
Para sentir tua vida existindo em mim.
Sonhos de pedra em meu coração de neve.
Enquanto a vida se retorce, engendrando
Injeto-me de cores e como arco-iris
Te envolvo em minha riquezas coloridas.
Os grilos enlouquecem de cantar
Enquanto os olhos de tua ausência
Querida desconhecida,
Ainda brilhavam no meu abrigo escuro,
Iluminando.
***
Tudo que é errado parece dar certo, enquanto aguardamos o momento em que a vida se auto-corrigirá e nos golpeará de verdades. Sequer cogitamos. Esquecidos, acreditamos que não acontecerá. Essa é a armadilha mais cruel da existência e não podemos cair, embora já tenhamos caído. Pensar longamente nisso só nos leva a morrer lentamente, pois que errar faz parte da condição humana.
***
À borda do precipício que separa o que sou
Do que sou obrigado
Adultero fatos para escapar à crueldade
Giro os braços como naufrago
Fazendo sinais a olhos ausentes
Como máquina de combustão interna
Brutal e secreta, a resfolegar.
***
Curtas.
O conhecimento, a cultura e a educação não pesam. Ao contrário; esvaziam. Pelo menos de qualquer pretensão de sermos melhores que os outros.
*
Tudo o que é real demais nos deixa incrédulos. As verdades conhecidas há muito deixaram de ser verdadeiras.
*
Viver é sobrevivência. Existir é longo demais. Resistir é ser recíproco.
*
Como não consigo superar alguns de meus limites, então apenas mudo algumas fronteiras de lugar.
***
Verdades Pessoais:
Não prometo a ninguém sobre mim mesmo. Não aceito esperança que coloquem sobre meus ombros. Prometo de todo coração, serei fiel a mim mesmo e lutarei até o fim para não me trair.
*
Às vezes me causa maior angústia pensar que os outros estão vendo o que vejo de mim no espelho. Aquele no espelho, ou aquele cuja voz escuto, me é estranho, Não sou eu, absolutamente. É, sem dúvidas, menos que eu, meio ridículo, vacilante, não entendo como.
*
Não sou “transcendente”; “existente”; não me escondo atrás de nada. Sou apenas o que tenho sido e nem sei se agrada. Não posso mentir que não importa. Claro que importa, e muito. Gostaria de me fazer melhor. Mas como e continuar a ser eu mesmo?
***
Luiz Mendes
28/09/2009.