O doce contato...

por Luiz Alberto Mendes

Gostoso!

 

Não conheço nada mais gostoso ou instigante do que conhecer pessoas. Claro, nem todas; mas algumas pessoas, aquelas que nos são mais ou menos compatíveis. Também não pode ser daquelas que concordam com tudo que a gente fale. Essas são cansativas e não cultivam luz própria. Preferem seguir pela semi-escuridão, na sombra daqueles que já imitam os vagalumes. Por outro lado, há outras que somos obrigados a evitar porque têm necessidade de contestar tudo o que se diz. Às vezes até parece que querem se afirmar em cima da gente. Basta uma palavra mal colocada e pronto: chovem motivos para debate acirrado.

De fato, somos o que nós mesmo fazemos de nós. Até o que não fazemos, a atitude que deixamos de tomar, também nos forma e compõem. Mas, sem dúvidas, somos muito mais que o processo e as ferramentas que usamos para nos construir ou desconstruir. E é ai nesse "mais" que reside o fascínio, a sedução e o prazer inenarrável de conhecer pessoas. Descobrir o que há por dentro daqueles que se aproximam de nós é ousado. Não é invasivo; é levar o que há de melhor em nós para, no prazeroso contato, como que "casar" com o que encontramos de melhor no outro. E então, juntos, produzir a inebriante sensação de empatia; satisfação imensa da troca, do fluir e refluir de energias, emoções e conhecimentos. O tempo então entra em outro tempo:

 

 ...não sei se tenho uma alma ou um infinito mar de ternura que se derrama sobre tudo quanto meus olhos alcançam...

 

E, a sensação que fica é de que precisamos construir motivos para que mais pessoas se tornem capazes de gostar de nós. Não importa nem um pouco como e para onde as pessoas vão, importa é buscar conhecer o que as movimenta, como fazê-las se voltarem para nós. No "Pequeno Príncipe" de Exupery, embora digam que é o livros das misses, encontro várias resposta. É o cuidado que temos com alguém que faz que gostemos desse alguém. Quer dizer; esta em nós o segredo de fazer com que as pessoas sejam importante para nós. Não é o outro que nos conquista, somos nós que nos conquistamos para ele ao nos dedicar.

Tenho vivido grandes prazeres porque tenho conhecido muitas pessoas em minhas andanças por ai. Não posso ser diferente do que sou, não posso me inventar novamente. Não posso voltar atrás e deixar de ser o que vivi, mas bem posso vir a ser alguém que esteja no gosto de quantos puder. E este é meu mais doce sonho.

Luiz Mendes

20/05/2013.  

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