por Redação
Trip #281

O que uma primeira brochada e o início na TV ao vivo têm em comum? Muita coisa: adrenalina, inabilidade, nervosismo... Trip fez um time eclético revirar suas memórias para contar suas primeiras vezes

(A)...QUE POSEI NUA

 por Silvia Rossi, idade não revelada, ex-modelo e primeira Trip Girl, em 1987

“Na época em que fiz o ensaio nu, era modelo e a Trip ainda era em uma casinha. Lá fui eu e mais umas meninas fazer uma entrevista com o J.R. Duran. Todo mundo queria fotografar com ele. Logo que me conheceu, já ligou para o Paulo [Lima, editor da Trip] dizendo que tinha encontrado a menina que era a cara da revista.

Fui até a editora bater um papo com ele e o Califa [sócio-fundador da Trip]. Eu não era como as outras modelos, sempre fui da praia. Fui sentando com as pernas cruzadas em lótus e eles ficaram meio surpresos e impressionados.

No dia do ensaio, tive uma gripe forte. No fim, deu tudo certo. Não foi difícil ficar sem roupa, não sou uma pessoa que tem muitos tabus e nunca tive medo de posar nua. Todo mundo ficou impressionado com as fotos, elas eram despojadas, preto e branco, foi muito à frente da época. Mas fiquei superconfortável. Nunca me senti exposta, não estava preocupada. Trabalhei bastante depois. Viajei para o Japão para modelar e surfei no Havaí. Tomava até broncas na agência: ‘Você precisa decidir: ou é modelo ou é surfista’ [risos]...”

 

(B)......QUE BROCHEI 

por Milhem Cortaz, 46 anos, ator

“Já brochei e não tenho vergonha nenhuma em dizer. Não lembro da minha primeira brochada porque foram algumas. A minha sensação das vezes que aconteceram é que foram por tensão, por criar uma expectativa, uma situação antes da hora; pela força da mulher, pela segurança dela. Às vezes, a pessoa é superinteressante, mas a relação com ela não bate, é uma coisa de pele, de energia mesmo, os dois juntos não rolam. É supernormal você chegar para a pessoa e falar: ‘Quero uma coisa e é outra. Vamos tomar um banho, tomar alguma coisa, vamos ser amigos’.”

 

(C) ...QUE ENTREI AO VIVO NA TV

por Andréia Sadi, 31 anos, jornalista

“Minha estreia em uma reportagem ao vivo foi logo no meu primeiro dia de GloboNews, em 2015, sem ensaio e sem muito tempo para me preparar psicologicamente. Era uma externa em frente ao Palácio do Planalto, estava muito calor e achei que fosse desmaiar de nervosismo enquanto comentava um compromisso da agenda da presidente Dilma.

Não sabia direito como me concentrar para desligar de tudo o que acontece ao redor e focar só na câmera. Lembro que, quando acabou, meus olhos encheram d’água e pensei: ‘Não nasci pra isso, estou muito nervosa, quero minha mãe’.

Perguntei para a minha amiga Marina Franceschini, repórter da GloboNews e que faz TV há muitos anos, quando aquela sensação passaria. Ela disse que depois de uns 15 dias o coração parava de disparar. Contava todos os dias, porque meu coração continuava a sair pela boca quando entrava ao vivo. Acho que parei de contar no 12º dia, quando o nervosismo diminuiu. Até hoje sinto frio na barriga antes de entrar ao vivo, faz parte do processo. Mas aí o telefone toca, a fonte te passa algo novo e você volta ao ar no próximo jornal. Não dá tempo de seguir sofrendo.”

 

(D)...QUE SOFRI PRECONCEITO

 por Ludmilla, 23 anos, cantora

“É difícil lembrar a primeira vez que sofri preconceito. Venho de uma comunidade de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, então, acho que já começou por causa disso. Quem vem de comunidade, é negra e canta funk encontra muitos desafios, são várias barreiras sociais. Mesmo hoje, que tenho trabalhado também com outros gêneros musicais – o pop é o mais frequente deles –, ainda é complicado.

Sempre fui diferente, desde novinha, principalmente por conta da referência que tinha, a Beyoncé. Queria ser loira (e as pessoas achavam que era um absurdo ser negra e loira), usar roupas diferentes, mega hair, e todo mundo me julgava muito por isso na escola.

Como cantora, sendo bem honesta, nunca sofri cara a cara o preconceito, é sempre por intermédio de algo (por exemplo, as redes sociais) ou alguém. Eu lembro de um dos meus primeiros shows. Enquanto eu me apresentava, minha família me assistia na pista e uma mulher, atrás da minha mãe, falava: ‘Mas quem é essa menina? Parece uma macaca. Não acredito que paguei para vê-la cantando’.

Era uma fase em que as pessoas ainda não relacionavam a minha imagem com a música ‘Fala mal de mim’ [seu primeiro sucesso]. A mulher não sabia quem eu era e que minha mãe estava na frente dela. O show rolou e foi ótimo. No decorrer da apresentação, essa mulher foi percebendo que eu sabia cantar, que me apresentava bem, mas, quando veio me pedir uma foto ao final do show, minha mãe negou e disse: ‘Ué, quer tirar foto com a macaca? Não vai, não’.

Foi a primeira vez que tive esse choque. Com o passar dos anos, você aprende a criar uma armadura para lidar com isso – senão, não consegue conquistar os seus sonhos – e também aprende a ir atrás dos seus direitos, porque, quando essas situações acontecem, eu não deixo mais passar batido.”

 

(E)...QUE MEU CORPO FALHOU

por Simone Mozzilli, 41 anos, sócia-fundadora da ONG Beabá, que informa de maneira objetiva e otimista sobre o câncer e o tratamento para crianças, adolescentes e seus acompanhantes

“Acordei da cirurgia pra tirar um cisto e vi que estava na UTI, e não no quarto, como era o combinado. Foi a primeira vez que meu corpo falhou e que fiquei internada na vida [aos 34 anos, em 2011]. Quando vi que estava toda cortada, cheia de tubos, no nariz, na vagina, percebi que tinha alguma coisa errada e chamei a enfermeira. Perguntei: ‘É câncer?’. Ela disse que sim. Foi a primeira vez que ouvi e foi de uma maneira horrível. Perguntei se ela podia chamar meus pais. Ela disse que estava fora do horário de visita. Fiquei lá sozinha e pedi pra ela me dar a mão até eu dormir. Até hoje não sei quem ela é.

Só acordei no quarto. No meio disso, lembro de alguns
flashes de uma senhora que estava do meu lado e gritava: ‘Eu vou morrer!’. Às vezes, achava bom ela gritar porque assim sabia que ela não tinha morrido.

Entrei para um procedimento que levaria 40 minutos e saí nove horas depois. Minha mãe já estava em pânico e o médico informou que não era um cisto, que eu tinha um câncer em estágio avançado em um dos ovários, com metástase. Passei por uma cirurgia exploratória, que abriu minha barriga toda para ver o que a doença havia atingido e que tirou pedaços de cinco órgãos.”

Diagnóstico

“A primeira vez que ouvi que tinha câncer, achei que fosse morrer, apesar de já estar acostumada com um ambiente de crianças com a doença [Simone começou a trabalhar como voluntária ajudando crianças com câncer três anos antes], de ter plena noção sobre tratamento e dos avanços da medicina. É algo que vem desde pequeno, de não poder falar a palavra, ainda existe a cultura de ligar o câncer à morte.

Depois da cirurgia, quando fui para o hospital brincar com as crianças, já fazendo tratamento, algumas pessoas me diziam que Deus não era justo – cuidar de crianças com câncer, ser diagnosticada com a doença... Mas depois virei totalmente a chavinha, porque, se eu não estivesse sempre no hospital, não teria sido operada. Fui ajudar as crianças, mas elas salvaram minha vida. Elas diziam: ‘Você tem medo de tirar um cisto? A gente tira tumor do cérebro!’. Há seis anos estou com os exames limpos [sem sinal da doença]! Em abril, serão sete.”

 

(F) … QUE COLOQUEI A MINHA VIDA EM RISCO PARA SALVAR ALGUÉM

Vitor Marçal, 53 anos, capitão de segurança marítima no North Shore, na ilha de Oahu (Havaí)

“A gente tinha fechado Sunset Beach, ninguém podia entrar na água. Um turista conseguiu entrar no mar por um canto que a gente não viu com uma prancha alugada. E ele parou na corrente de Sunset, bem lá fora. Fui o primeiro a vê-lo e falei com outro parceiro da torre. Normalmente, é o salva-vidas mais novo que faz o resgate – na época, era eu. Fui com prancha, que acabei perdendo na série de ondas que me pegou. O mar estava tão grande que eu não conseguia ver a direção que ele estava. Eu já estava bem longe da torre, não dava para sinalizar perguntando onde a pessoa estava. Abaixei a cabeça e comecei a nadar. Nadei, nadei, nadei e pedia: ‘Deus, me ajuda a achar essa pessoa’. A minha mão tocou nela. Era um cara de 28, 30 anos, ele estava desesperado. Quando olhei para praia, a gente estava muito longe e escurecia. Vi ambulância, carro de bombeiro, polícia, as luzes meio de longe. Falei para o cara se acalmar para a gente sair de lá. As coisas pioram no escuro, porque você tem menos visão, é ruim. A volta para areia foi mais rápida. O cara saiu da água envergonhado e correu. Aquilo ficou um tempo na minha cabeça.”

 

(G)... QUE SALTEI DE WINGSUIT

por Luís Roberto Formiga, 55 anos, dentista e produtor de televisão

“Meu primeiro salto de wingsuit foi a 5 mil metros acima de Fernando de Noronha. A ilha parecia um palmo, eu estava sobrevoando o mar. Lá em cima, pensei: ‘Por que tudo comigo tem que ser dessa forma, tem que ser logo com a máxima intensidade?’. Porque, se você cai na água, não consegue tirar o wingsuit, o paraquedas. Não dá pra liberar tudo e sair nadando. O traje é muito justo. Tinha medo de  estar fazendo aquela coisa de uma forma muito arrojada para uma primeira vez. Tinha que pousar na ilha, se fosse no mar, era P.T.!

Na hora que saltei, logo achei uma posição confortável de voo. Foi uma coisa fantástica, porque senti o corpo em queda livre sendo projetado pra frente, não pra baixo, como no paraquedismo. Ganhei um planeio pra frente sob as nuvens, vendo aquele mar, mirando a ilha de Fernando de Noronha... Foi a sensação mais nobre que eu já senti, 1 minuto e 15 segundos de queda livre.

Antes, é o amargo na boca, o medo, você pensa: ‘Por que eu estou me arriscando, gastando meu dinheiro com isso?’. Mas, a partir do momento em que você abandona a aeronave, entra em sintonia com aquele voo e ele se torna o momento mais importante da sua vida, não passa mais nada na sua cabeça. O que faz você desligar a chave do medo é ter um objetivo. Além disso, tenho o conhecimento e a experiência a meu favor.”

 

(H) ...QUE PISEI EM HARVARD 

por Tabata Amaral de Pontes, 25 anos, deputada federal (SP)

“Quando cheguei em Harvard, aos 18 anos, vi um contraste muito grande com o lugar de onde venho [a periferia paulistana]. Meus pais não tinham feito nem ensino médio. Antes de ganhar uma bolsa em um colégio particular, pensava que seria bordadeira, como minha mãe e minha avó. Meu pai era cobrador de ônibus. Fiquei um ano na escola particular sem ter com quem conversar no intervalo. Tive as melhores notas lá, recebi prêmio. Fiz um ano de inglês e tive que fazer as provas duas vezes. Na primeira vez em que prestei universidades estrangeiras, não passei em nenhuma. Não conseguia me comunicar de maneira fluente. 

Era tão improvável ser aceita em Harvard que cheguei a perguntar se o e-mail com a notícia era trote. Fui aceita em 8 de março de 2012 e perdi meu pai quatro dias depois, para as drogas e para o álcool. Para mim, era a vida me colocando no meu lugar de volta, falando que aquilo não era pra mim. Cheguei lá e não celebrei nada. Não é uma história muito bonita pra compartilhar.

A maneira como eu estava chegando era muito distante daquela dos meus colegas. Para todo mundo, é uma conquista muito grande, o pessoal chegava celebrando, com a família e os carros cheios de malas. Eu quase não tinha roupa.

Cheguei com medo, incerta de que aquilo era pra mim. Tinha aquela parte que achava que eu não era boa o suficiente, que não ia dar conta, que as pessoas iam perceber que não era para eu estar ali. Estava bastante triste. Demorei para encontrar amigos, para contar minha história e falar do meu pai pela primeira vez. Foi um momento bem difícil e que me ensinou pra caramba.”

My name is

“De cara, vi que as pessoas não iam ter paciência comigo e o meu inglês básico. No primeiro dia, teve a reunião de condomínio e não entendi nada. Um amigo que era da Guatemala traduzia as coisas pra mim. Aliás, eu não fiz nenhum amigo que não fosse descendentes de latinos, indianos… Era um misto de medo, tristeza, desespero, achava que não sobreviveria àquele ano, não.

O que a faculdade representa nos EUA é muito diferente daqui. As pessoas estavam chegando em Harvard para se descobrir, para entender o que queriam fazer no futuro. Cursei uns meses de física na USP, as aulas eram superteóricas, os professores eram muito distantes... Isso numa das melhores universidades do Brasil. Cheguei em Harvard para ser cientista e terminei em ciência política e astrofísica [como segunda graduação].

Foi lá, nessa diversidade toda, que pensei sobre política, sobre educação e desigualdade. Se não fosse isso, talvez fosse uma pesquisadora hoje. Quando saí da universidade, estava me acabando de chorar, mas porque adorava a faculdade e meus amigos e tinha encontrado meu lugar. Sabia que Harvard era pra mim, sim.”

 

(I)...QUE FIZ A BARBA

 por Jonas Maria, 27 anos, escritor trans

“Na primeira vez que fiz minha barba, eu não tinha uma. Não que isso seja incomum. Vários garotos fazem a barba pela primeira vez aos 10 anos, com os pais, brincando de serem homens. Ou aos 16, quando o bigode é ridículo demais para mantê— lo. Mas acredito que não seja muito comum fazer a barba aos 27 anos e não ter nada para raspar.

Assim como muitos dos meus amigos, quando descobri a transexualidade eu já tinha terminado minha primeira puberdade. A segunda começou ao fim dos 24.

Os dois primeiros anos de hormônio não foram... cabeludos. A testosterona sintética que uso não me ajudou muito com os pelos faciais. Talvez minha genética não ajudasse, ou talvez eu estivesse querendo condensar anos de uma puberdade cisgênera em dois anos de uma trans. A pressa faz parte do processo. O anacronismo é um companheiro constante nosso. Conheço vários caras trans com mais de 30 anos, mas metade deles parece ter 15, quase todos de caras peladas.

Para acelerar nossa experiência com a lâmina e a espuma de barbear, usamos produtos para crescer os fios. O mais popular entre nós é o Minoxidil 5%. Eu comecei a usá-lo no fim de 2017. Nas primeiras semanas, meu rosto já estava preenchido. De espinhas.

Ao fim de seis meses, eu já tinha alguns fiapos no rosto. Foi quando, enfim, tive minha primeira experiência de fazer a ‘barba’ de fato.

Tudo já tinha sido comprado com antecedência. Anos de antecedência. Foi um desastre, mas foi um desastre maravilhoso. O geladinho do sabonete, o pincel contra o rosto, a lâmina na pele, o sangue escorrendo das espinhas que também tinham sido tiradas com os pelos e, por fim, o pós barba, que faz tudo arder. Linda experiência.

Para mim, fazer a barba não significou necessariamente me ‘ver como um homem’, não foi um rito de passagem da adolescência para a vida adulta, de garoto para homem. Para mim, foi mais sobre celebrar minha transgeneridade. Festejar a conquista, e o que deveria ser um direito, de transformar meu corpo.”

 

(J)...QUE TRANSEI DEPOIS DO HIV

por Lucas Raniel, 26 anos, youtuber dos canais Projeto Boa Sorte e Fala Memo, sobre HIV e saúde sexual

“Descobri que vivo com HIV em dezembro de 2013 e foi um processo bem pesado. Não tinha conhecimento nenhum sobre o assunto e nem sobre o que poderia acontecer com a minha vida nos próximos meses. Iniciei o tratamento em maio de 2014 e, até então, não tinha transado com ninguém.

Nessa época, tinha um menino na minha cidade, Ribeirão Preto [SP], por quem eu já me interessava. Uma noite, encontrei ele em uma balada e ficamos. Foi bem intenso, porque a gente já se queria há bastante tempo. E, nas minhas últimas relações desde o diagnóstico, tinha somente ficado com os caras, sem transar, porque tinha medo de transmitir o vírus.

Mas com ele aconteceu. Fomos pra casa dele depois dessa balada e, quando vi, a gente já tava pelado. Foi uma pegação bem forte. Confesso que fiquei meio desconfortável de início, quando começou o sexo oral, mas respirei fundo e pensei: ‘Vai dar tudo certo’. Na hora em que ele colocou a camisinha, eu ainda estava nervoso, mas decidi respirar fundo mais uma vez e seguir.

A gente transou, mas eu fiquei o tempo todo meio noiado. Se a coisa começava a ficar mais forte, eu dava uma brecada, com medo de a camisinha estourar… Foi um pouco complicado porque fiquei muito preocupado com lubrificação para não machucar e com o preservativo ainda estar lá.

No fim, deu tudo certo. A gente, inclusive, repetiu algumas vezes. Depois disso, parei para pensar que não precisava ficar tão nervoso na hora de transar. Comecei a estudar minha condição e entendi que, aos poucos, quem vive com o vírus não precisa ficar nessa pressão toda. Ter HIV não significa nunca mais transar, nunca mais aproveitar o sexo e nem se relacionar só com quem também tem.

Hoje, entendo que minha primeira vez depois de contrair HIV foi tensa, mas minha dica para quem vive com essa situação é: calma. Sexo é algo natural e que tem que continuar sendo.”

 

(K)...QUE TIVE UM ORGASMO

por Leila Wagner, 58 anos, terapeuta holística

“Foi em março de 2018 que minha filha me presenteou com uma massagem tântrica. Quando cheguei no local, fui bem recebida pela menina, mas não sabia do que se tratava exatamente. Fiquei surpresa e, no começo, me senti invadida com a massagem, mas depois me soltei, liberei geral, e foi um divisor de águas. Tive vários orgasmos, foi uma coisa maravilhosa, que eu até os meus 57 anos não tinha sentido.

Comecei, então, a frequentar a comuna em que acontecem os cursos e a fazer as vivências – termino o curso de massagem tântrica neste ano. A minha vida mudou completamente. Tive um relacionamento de dez anos com o homem com quem eu fui casada. O sexo era gostoso, porque, quando se tem amor, é bom. Mas eu chegava perto do orgasmo, não nele de fato. Agora, depois desse primeiro, eu consigo chegar fácil.”

 

(L)...QUE TRANSEI DEPOIS DE MUDAR DE SEXO

por Bianca Magro, 48 anos, life coaching. Bianca foi a primeira transexual a passar por uma cirurgia legal de mudança de sexo no Brasil

“Minha primeira vez foi diferente, surpreendente e nova. Foi com um rapaz que eu conhecia desde criança, de Ribeirão Preto [SP], dois meses e meio depois da cirurgia. Fui visitar meus avós e encontrei com ele. A gente começou a conversar, nos vimos de novo e rolou. Ele descobriu que eu era virgem porque eu não sabia como fazer, não dobrava a perna, foi engraçado. Foi muito bom, sem trauma, sem dores, foi tranquilo. Não tive orgasmo, mas foi prazeroso. Na época, foi uma realização na minha vida, da conquista de ser mulher inteiramente, sexualmente. Foi melhor do que eu podia imaginar.”

 

(M) ...QUE FIZ SEXO

por Solange Almeida, 44 anos, cantora

“Na minha primeira vez, estava prestes a completar 16 anos, foi com o meu terceiro namorado e existia muito amor. Já tínhamos dois anos de namoro e nos preparamos pra isso. Ficamos seis meses só ensaiando e no dia que aconteceu foi lindo, sem dor e com muito prazer.”

 

*Em depoimento a: Alexandre Makhlouf, Carol Ito, Cristiano Frois, Julia Furrer, Laísa Camargo, Letícia Pugliesi e Thais Ernandes

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