Flores del alma: gatoNegro no Grazie a Dio trazendo seu tango contemporâneo com um toque clássico
O grupo de tango, gatoNegro, se apresenta no Grazie a Dio esse mês. Os shows serão hoje e na próxima terça-feira. Uma hora antes os dançarinos e professores Marquinhos Kina e Patty Casimiro ensinaram alguns passos de tango para a plateia. Junto com a dança o show traz passa por diferentes atmosferas, da dramaticidade ao humor.
Tudo devido à mistura de um tango mais contemporâneo que não deixa de lado seus clássicos. Além de se apresentar com seu primeiro CD, Tango, produzido em 2009 o grupo tocará versões originais de obras como Nostalgias, Mano a Mano, e a valsa Flores del alma.
A Trip conversou um pouco com a vocalista do gatoNegro, Natalia Mallo, que também é vocal da banda Trash Pour 4:
Como começou seu envolvimento com o tango? Você canta também na Trash Pour 4 que toca outro tipo de música...
Eu sou argentina, nasci e me criei em Buenos Aires, então o tango faz parte das minhas memórias afetivas. Depois mudei pro Brasil, aos 20 anos e me envolvi com a música brasileira e com projetos como o Trash Pour 4, no qual gravei em várias línguas. Eu tenho mesmo essa vontade de ter projetos diferentes uns dos outros, de viver maneiras variadas de fazer arte. O tango é, dentro dessas maneiras, a que me conecta com as minhas raizes.
Estava lendo que existem outros estilos de tango, além do argentino...
Na verdade o tango propriamente dito é o tango argentino. Eu não conheço outro tango que não seja o argentino, mas o que existe são diferentes maneiras de se interpretar esse gênero, desde as formações tradicionais (ou Orquestras Típicas), até autores e arranjadores vanguardistas (como Astor Piazzolla) ou mesmo o atual "tango eletrônico". O que a gente faz é uma interpretação de alguns clássicos desse gênero, junto com temas autorais, dentro de uma linguagem camerística, acústica, e com arranjos que remetem sutilmente às nossas influências (bossa nova, jazz, música brasileira, folclore). Dentro do abrangente termo "tango", fazemos também valsa, milonga e outros ritmos do Prata.
Como está recepção do público com o Tango (o primeiro CD da banda)?
O CD está indo muito bem, ótima receptividade, assim como os shows. Há um público cada vez mais interessado, e muito amplo em termos de faixa etária e interesses. Há quem goste pela dança, pelas memórias do rádio ou pela renovação do gênero, e a gente abraça todos esses públicos.
Você toca em duas bandas, como é consegue conciliar?
Na verdade tenho muito mais do que duas bandas. O Trash Pour 4 está de férias agora, após o lançamento do terceiro album no ano passado. Mas eu tenho um trabalho solo (lançado em 2008), e um novo projeto junto com a Mariá Portugal (baterista do Trash Pour 4), com o qual vou para os Estados Unidos em março. Além disso, faço trilhas sonoras, trabalho com uma companhia de dança, participo em projetos de Áudio Arte com artistas de outras áreas e cozinho e escrevo sobre gastronomia (no blog Miss Kitchen). Nem sei como consigo, mas sou assim, inquieta. Como conciliar tudo? Com bastante calma e organização, fazendo uma coisa de cada vez e cada coisa com entrega total.
gatoNegro
- Quando: terça-feira (02 e 09/02), às 21h
- Onde: Grazie a Dio (Rua Girassol, 67, Vila Madalena, São Paulo, São Paulo; telefone: 3031-6568)
- Quanto: R$15 (mulher), R$20 (homem)
