Trair
Porque nós homens traímos? Seremos compulsivos? É a “força da natureza”? Um grupo de psiquiatras, depois de estudos e pesquisas, chegou à conclusão que se a continuidade da raça humana tivesse sido deixada nas mãos das mulheres, já estaríamos extintos. É à agressividade sexual masculina que se deve creditar a proliferação e expansão da espécie.
De minha parte, e só posso falar a esse nível, questiono um pouco tudo isso. Provavelmente foi assim que funcionou nos primórdios da humanidade. Mas já não é mais. A mulher hoje não é mais aquele ser passivo que derrubávamos na cama. Antigamente nós saciávamos uma necessidade quase compulsiva. Hoje temos enorme prazer e gozamos imensamente. Os motéis se multiplicam e sempre estão lotados aos finais de semana.
Hoje a mulher é muito melhor. Quando ela quer, ela vai pra cima e salve-se quem puder. Aprendeu a mexer, rebolar, a nos prender dentro de si. Busca seu prazer de olhos fechados e grita ao sentir o orgasmo se aproximando. Seu gozo é caudaloso, convulsivo, absolutamente excitante. Sentir-se capaz de causar tamanho prazer é grande demais.
O que mais me excita em uma mulher é a intensidade do desejo por mim que ela possa manifestar. Não é preciso palavras. Um olhar de tesão pode me arrastar até o inferno. E não precisa ser muito bonita e nem particularmente gostosa. É só preciso que me queira o mais profundamente que seja capaz. Mulheres assim acabam comigo.
Sexo é uma das principais energias existente no ser humano. Sua potencia jamais foi medida. O que pude ler a respeito espantou. Esta em todas as atitudes e atividades humana. É como uma alavanca que nos move.
A experiência me mostrou que é muito melhor uma parceira única. Aprender juntos, experimentar o melhor juntos, buscar o mais gostoso juntos, faz ir bem mais longe. Desenvolvem-se intimidades, cumplicidade e contextos que só aquela pessoa pode nos oferecer. E, por mais tergiversemos, a verdade é que a gente só procura o prazer quando não temos a coragem (ou oportunidade...) de buscar a felicidade e querer o amor.
Agora, eu confesso: Um corpo bem feito é irresistível para os olhos, por mais que se queira ser fiel a alguém. Somos seres estéticos, admiramos o belo. Caso não olhe, estaremos fingindo, escondendo. Até mulheres que nada têm de homossexuais, admiram uma bunda bem feita. Não sei como lidar com isso. Sinto meu olhar atraído por mulheres, mesmo estando apaixonado por uma só.
Claro que tento olhar discretamente. Possuo contensores. Os porque não. Não fazer sofrer a quem gosto, é o principal deles. Daí dá para controlar e ficar só na olhada. E mesmo que estando só, não gosto de causar constrangimentos a ninguém.
Mas, se a mulher vem para cima, eu fico tão confuso que é quase impossível resistir. Já aguentei altas pressões nesse sentido e até me sai bem. Mas não confio. Sei o quanto me balança. Posso até querer justificar falando sobre os mais de trinta anos preso que passei. A abstenção obrigatória a influenciar, por exemplo. Mas não é preciso apelar para esse nível. Já conversei com muitos homens e mulheres a respeito. Não sou nada diferente de ninguém. O que me move, move os outros também. Ou não?
É aquela trilha musical antiga e absolutamente moderna do Chico Buarque e Milton Nacimento: “O que será o que será que desacata a gente...”, cantada pela Simone. Escute-a inteira. A resposta é sempre sexo. É uma das letras mais geniais produzida no século passado.
**
Luiz Mendes
26/03/2012