Academia de literatura pop

por Redação

Um dos principais jovens escritores da França, Martin Page, escreve à Trip sobre seu autor brasileiro predileto, Abrrô ? como ele chama Caio Fernando Abreu, cujo livro Morangos Mofados será relançado este mês

edição Emílio Fraia e Cassiano Elek Machado

Strawberry Fields Forever
Há um ano eu não conhecia Caio Fernando Abreu. Posso dizer que faltava cor àquilo que eu via. Eu leio e releio Pequenas Epifanias [editora Sulina ? www.editorasulina.com.br]. Não é somente um livro de crônicas, mas o grande livro de um escritor. Eu soube da morte de Abreu. Tarde demais para encontrá-lo. Mas eu não acreditei. Não é verdade. Diz-se que o apresentador de TV está morto, mesmo se ele fala, mas Abreu vive. Ele me ensinou a ver e a me entusiasmar. Eu não o conheci, no entanto poucas pessoas me são tão próximas. Amo sua imaginação, a maneira como ele joga com o mundo e seus pensamentos, procurando uma verdade tenra, uma beleza delicada. Às vezes ele fica contrariado, mas na maior parte das vezes é uma cólera cheia de risos, alegre e viva. Você conhece pessoas capazes de tamanha façanha? Para terminar é devido dizer: Caio Fernando Abreu está aí, para vocês. Se estiverem prontos para ter suas vidas transformadas.
Martin Page é escritor, autor de Como Me Tornei Estúpido, editora Rocco ? www.rocco.com.br

Martin Page tem razão: Caio Fernando Abreu [1948-1996] está vivo. Até 2006 a Agir [www.editoraagir.com.br] promete resgatar muito da obra do escritor. Este mês é a vez dos contos de Morangos Mofados [160 págs., R$ 29,90], de 1982. A editora já lançou Caio 3D ? O Essencial da Década de 1970 [360 págs., R$ 49,90], que reúne cartas, poemas e o primeiro livro de Caio, Inventário do Ir-Remediável. Estão previstos para o fim do ano o segundo volume de Caio 3D [a década de 80] e Onde Andará Dulce Veiga?, que vai virar filme dirigido por Guilherme de Almeida Prado, com Maitê Proença no papel-título.

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