A onda verde
Nos paraísos do surf, o que chama mais a atenção de Marcio são as construções sustentáveis
Construções em Bali (Indonésia), uma das inspirações para o livro do arquiteto / Créditos: Divulgação
em 11 de março de 2011
Em suas viagens à procura de ondas, o paulistano Marcio Porto nem sempre mantinha os olhos voltados para o mar. Arquiteto, desviava a atenção para as construções feitas pelos nativos nas encostas. “O surf me levou a lugares que me surpreenderam pela forma como são utilizados os recursos da natureza para construir de forma muito sábia e sustentável.” Interessado pelo tema, Marcio escreveu o livro O processo de projetos e a sustentabilidade na produção da arquitetura e ampliou a discussão sobre o assunto. A publicação compila ideias e projetos de como aproveitar melhor os recursos da natureza para iluminar e climatizar os ambientes, por exemplo. Depois de esgotar a primeira edição em alguns meses, ele já pensa na segunda incluindo as novidades que surgiram nesse meio-tempo.
As pessoas ainda evitam a construção sustentável porque pesa mais no bolso, mas a longo prazo não seria um bom negócio?
É fato que se torna mais caro, mas há controvérsias sobre o quanto mais caro fica. De qualquer forma é sim um bom negócio. Não só porque já temos indícios de que o planeta está se voltando contra nós, mas também porque financeiramente é bom, já que estamos falando de economia no gasto de energia elétrica.

E o que falta para que as pessoas se deem conta dessa matemática?
O assunto ainda é muito novo. Mesmo as pessoas que investiram nessa solução ainda não estão sentindo o pay-back, a vantagem financeira. Caso diferente é na Alemanha, onde existe incentivo para o uso de energia fotovoltaica [que transforma luz solar em elétrica] e os usuários já sentem o retorno no bolso. Aqui isso ainda não existe porque não existe incentivo fiscal e político, já que a matriz energética é baseada em hidrelétricas.
Quão leigos nós ainda somos em arquitetura sustentável nas grandes cidades?
É muito nítido que as pessoas que não trabalham com construção civil desconhecem quase completamente o tema. Para alguns leitores isso era grego antes do livro. E as pessoas que trabalham com arquitetura e não tinham contato com o assunto passaram a pensar em novas formas de projetar.

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