Quem Somos?
Nascemos e assim logo de cara, necessitamos encarar a situação de sermos filhos de outras pessoas. Pessoas com histórias e influências anteriores ao nosso nascimento. Além disso, entramos no mundo com heranças genéticas de nossos pais, que determinarão as condições de nosso corpo. Tamanho, peso, cor, aparência, saúde, doenças hereditárias... Tem também a parte da educação que vai depender das condições sociais, culturais e econômicas de nossos pais.
Tudo pode ser ótimo. Mas ninguém é mais parcial quanto a nós mesmos do que nós mesmos. E, esta mais do que claro que nenhum ser humano saberá de fato o que seja o outro ser humano. Não sabe nem o que é ele mesmo... E pior que não sabe até que ponto que não sabe. E nos enganamos. Parece que enganar a nós mesmos seja parte normal ou comum da existência. Vivemos a fazer juízos de valor, avaliando, julgando, qual devêssemos colocar em um quadro de veludo espetado por um alfinete, nossa definição de cada fato.
Talvez a única experiência de ser que possamos ter seja a nossa; o que já é demasiado (somos extensos) e isso é tudo o que devia nos interessar. Qualquer pessoa que nos conhecesse em nosso íntimo, em nossa verdade pessoal e que tivesse acesso ao que nos motiva, provavelmente nos detestaria. Somos príncipes em fraquezas, mesquinharias, egoísmos e bobagens. Enfrentar a descendência é o primeiro desafio do ser humano ao nascer. Encarar a si mesmo e se entender consigo provavelmente seja a ultima saída, talvez o caminho da libertação de cada um de nós.
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Luiz Mendes
15/04/2013.