2011 em 45 discos

por Luiz Filipe Tavares

Contamos a história da música em 2011 com alguns dos melhores lançamentos do ano

Todo ano, os lançamentos musicais contam uma história. Quem subiu? Quem desceu? Quem falou demais e fez de menos? Quem ganhou uma nova chance? Com o fim de ano se aproximando, contamos uma parte dessa história comentando 45 discos, entre grandes sucessos e ilustres desconhecidos, que ajudaram a pintar esse panorama da música no ano de 2011. E se para isso é preciso quebrar a cabeça e escolher o que aconteceu de mais relevante entre dezembro e janeiro, bem, é isso que vamos fazer.

Logo abaixo você conhece um recorte dessa história. Veja e comente: quais outros discos contaram bem a história de 2011 em forma de música.

Pop:

2011 foi o ano da morte do maior fenômeno pop dos últimos anos, Amy Winehouse. Por isso, seu álbum póstumo Lioness: Hidden Treasures, não pode de forma nenhuma ficar fora da nossa lista. Sem Amy no páreo, Adele passou a ser a mais comentada cantora inglesa nas paradas com o lançamento de seu muito elogiado 21. Destaque também para Metals, novo disco da canadense Feist, uma das cantoras/compositoras mais brilhantes de sua geração. PJ Harvey voltou aos holofotes com o complexo Let England Shake, uma salada de estilos. A veterana Wanda Jackson ressurgiu com The Party Ain’t Over, lançada pelo Third Man Records, selo de Jack White (White Stripes, Raconteurs).

Quem também emergiu depois de um tempo sumido foi Tom Waits, com seu Bad as Me, sucesso absoluto de crítica. Menos conhecidos no cenário pop mas sem deixar de agradar as massas, Thurston Moore (Sonic Youth) brilhou com Demolished Thoughts e J. Mascis (Dinossaur Jr.) impressionou com seu Several Shades of Why. No Brasil, destaque para Karina Buhr e seu Longe de Onde, para os pernambucanos China e Lenine com Moto Contínuo e Chão, respectivamente, o bombado produtor Kassin e seu autoral Sonhando Devagar e o "supergrupo" Passo Torto (Romulo Fróes, Kiko Dinucci, Rodrigo Campos e Marcelo Cabral) com seu disco homônimo.

Rock:

Dave Grohl reinou absoluto em 2011 com seu Foo Fighters em Wasting Light (com participação de Bob Mould e Krist Novoselic). No começo do ano, o Radiohead dividiu a crítica com The King of Limbs, sucesso entre os fãs mais novos da banda. O ano continuou com a redenção de Stephen Malkmus (Pavement), que veio via Mirror Traffic, seu mais novo trabalho solo. Da mesma geração, o Pearl Jam brilhou com shows no Brasil e o lançamento do ao vivo Live on Ten Legs, recehado de clássicos. O experiente ...And You Will Know Us By The Trail of Dead continuou na ativa e apresentou Tao of The Dead, um discásso para quem curte rock alternativo

Ainda teve a volta do show de Mark, Tom e Travis, o Blink-182, que gravou seu primeiro disco de inéditas desde 2003, Neighborhoods. O sempre certeiro Art Brut lançou o incrível Brilliant! Tragic!, os Arctic Monkeys voltaram a ser destaque com Suck it and See, os russos do Riding The Diplodoc estrearam no mercado mundial em grande estilo com o instrumental Dilettantes Like Lions, os britânicos do Fujiya & Miyagi investiram em um som mais elétrico em Ventriloquizzing e o Los Porongas roubou a cena no rock independente nacional com O Segundo Depois do Silêncio.

Esquisitices

Em uma palavra: Bjork. A islandesa voltou mais introspectiva do que nunca no bonito Biophilia. Cabeça a cabeça com ela na competição por disco mais bonito do ano está o Fleet Foxes e seu Helplessness Blues, o Six Organs of Admittance com Asleep On The Floodplain e o desajustado Cats and Cats and Cats com Mother Whale. Isso sem falar no sempre impressionante Akron/Family e seu mais novo lançamento, The Cosmic Birth of Shinju TNT e nos veteranos escocêses do pós-rock, o Mogwai, que voltou às luzes da ribalta com Hardcore Will Never Die, But You Will

Ainda tivemos os japoneses do Lite em seu For All The Innocence, o místico Cloudkicker com Let Yourself Be Huge e os brasileiros do Satanique Samba Trio e do Mundo Livre S/A, com Bad Trip Simulator #1 e Novas Lendas da Etnia Toshi Babaa, dois discos cabeçudíssimos que merecem uma boa escutada. Isso sem falar no poderoso Monkeytown, novo álbum do Modeselektor, que só pela música "Shipwreck", com participação especial de Thom Yorke, já merece uma menção honrosa justíssima para entrar em nossa lista

Metal:

Para quem achava que o metal estava morto, bem, gratas surpresas neste ano. Primeiro que o Mastodon fez um sucesso absurdo dentro e fora da comunidade do som pesado com seu The Hunter, um discasso em todos os sentidos. Robb Flynn andava sumido desde 2007 mas ressurgiu com tudo lançando o novo álbum do Machine Head, Unto The Locust. O Anthrax reformou seu line-up clássico (com Joey Belladona nos vocais) e lançou o excelente Worship Music. As meninas do Subrosa pegaram todo mundo desprevinido com a paulada No Help for the Mighty Ones e o Beware of Safety chegou chutando a porta com Leaves/Scars. Mais para o lado do hardcore, os capixabas do Mukeka di Rato quebraram tudo com o novíssimo Atletas de Fristo, e os alemães do Atari Teenage Riot reuniram a formação original em Is This Hyperreal?.

Rap:

Fechando nossa lista estão alguns dos discos que movimentaram o cenário do rap aqui no Brasil e no exterior. Em São Paulo, neca do rap nacional, louros divididos entre Zona Sul e Zona Norte com Criolo, que unificou a crítica e aproveitou o sucesso de Nó Na Orelha, e com Emicida e seu terceiro lançamento independente, Doozicabraba e a Revolução Silenciosa. Na terra do Tio Sam, muita coisa chegou ao mercado com a etiqueta hip hop, mas nada foi tão emblemático como The Hot Sauce Comittee Part 2, dos Beastie Boys, que voltaram de um hiato depois da recuperação de MCA, que passou dois anos lutando contra um câncer. 

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