play

6 motivos pelos quais Round 6 está bombando

por Redação

Alerta spoiler! Dissecamos a série-fenômeno sul-coreana pra você sacar por que essa produção é tão viciante

A série sul-coreana Squid Game, conhecida no Brasil como Round 6, estreou há pouco mais de um mês no catálogo da Netflix e já se consagrou como o maior sucesso da plataforma, sendo assistida por pelo menos 11 milhões de pessoas ao redor do mundo.

O K-drama conta a história de pessoas superendividadas, desesperadas por dinheiro, que concorrem a um prêmio milionário ao decidirem participar de um jogo de sobrevivência. Mas qual seria o segredo de tanto sucesso? A gente tem nossas apostas, confere aí!

play

INSCREVA-SE EM NOSSO CANAL

1 - A série critica a desigualdade socioeconômica e as democracias contemporâneas, trazendo questões centrais do capitalismo. Na trama, o jogo pode acabar se a maioria quiser. Parece democrático, mas a democracia está à serviço de quem? Há um grupo de pessoas poderosas por trás e são elas que ditam as regras do jogo. Então, assim como acontece na vida real, cria-se uma estrutura onde diversas situações violentas e desumanas são normalizadas. É o que o filósofo Slavoj Zizek chama de Violência Objetiva, quando determinados comportamentos não podem ser apenas atribuídos aos indivíduos e às suas ‘más’ intenções, mas sim à estrutura, o que é fundamental para o funcionamento do capitalismo. 

2 - Round 6 tem uma estética particular, que mistura inocência e violência. A proposta da série é completamente dicotômica: jogos infantis que resultam em morte. É, no mínimo, intrigante. E tudo que é intrigante desperta a curiosidade. Ela é muito bem construída nesse aspecto, misturando os cenários lúdicos com cenas de sangue, ou intercalando músicas infantis e tranquilas com gritos e tiros. 

3 - É um dorama, ou melhor, por ser uma produção sul coreana, é um K-Drama.  Segundo uma pesquisa da Fundação Coreana para Intercâmbio Cultural Internacional, o Brasil é o terceiro país que mais assiste doramas no mundo, ficando atrás apenas da Malásia e Tailândia. No ocidente, é comum que algumas pessoas considerem apenas as comédias românticas orientais como “doramas”, mas essas produções podem ser de mistério, fantasia, drama ou suspense. Um outro ponto que caracteriza o Dorama é que esse tipo de produção busca focar e desenvolver as situações emocionais e psicológicas dos personagens, exatamente como podemos observar em Round 6, que acaba envolvendo os personagens em diversos dilemas.

4 - Cá entre nós, gostamos mais dos anti-heróis. Apesar de apresentar brevemente algumas histórias, Round 6 tem um personagem central, o falido Seong Gi-Hun. Ele engana a mãe, mas dá comida ao gatinho de rua. É um pai ausente, mas tenta fazer a filha feliz como pode. A sua benevolência está escondida no meio de uma sociedade tóxica, capitalista e selvagem. E a gente gosta dessa dualidade, do que é real, porque ninguém é totalmente bom ou totalmente ruim. Não é à toa que filmes com anti-heróis, como Coringa, de 2019, ou Taxi Driver, de 1976, foram tão bem aceitos pelo público. 

5 - É uma espécie de terror social necessário. Assim como as produções do americano Jordan Peele, que tem uma forte crítica social a partir de um recorte de raça, Round 6 tem essa pegada também, mas por sua vez com um recorte socioeconômico. O terror social especula as mazelas da contemporaneidade, representando cenários de completo mal-estar e desconforto. O gênero já é explorado pelo cinema norte-americano há algumas décadas e tem ganhado espaço nas produções de outros países nos últimos anos, como o também sul-coreano Parasita, vencedor do Oscar de 2020, e o espanhol O Poço, de 2019.

6 - Por fim, bebe da fonte da ultraviolência e o público gosta disso. Nossa natureza é selvagem, mas conforme fomos evoluindo como espécie, esse lado mais primitivo foi sendo deixado de lado. Ainda bem. No entanto, o cinema não tem pudores ao explorar a estética da violência e Round 6 segue essa mesma linha. O sucesso dos filmes de Quentin Tarantino mostra que banhos de sangue e pouca empatia pelos personagens são ingredientes para uma receita infalível, fazendo com que a violência deixe de incomodar e acabe se tornando um objeto de satisfação. Esse boom de violência nas produções audiovisuais da Coreia do Sul teve seu start em 2003, com o filme Oldboy, e acabou não atraindo somente os cinéfilos, mas também quem nem entende tanto de cinema, mas curte ver sangue e muita pancadaria nas telas.

fechar