Lama Michel, Trip Transformadores 2015

por Redação

Ninguém melhor do que alguém que mudou drasticamente o seu próprio destino e hoje vive com o objetivo de trazer às pessoas uma visão mais clara sobre a vida, visando eliminar qualquer sofrimento

Sabe aquela velha expressão que garante que para mudarmos algo é preciso, antes de tudo, mudarmos a nós mesmos? Pois bem, para dar início à série de posts que apresentarão, semana após semana, os homenageados do Prêmio Trip Transformadores 2015, ninguém melhor do que alguém que mudou drasticamente o seu próprio destino e hoje vive com o objetivo de trazer às pessoas uma visão mais clara sobre a vida, visando eliminar qualquer sofrimento.

Michel Lenz Cesar Calmanowitz mudou até o nome. Hoje, ele é conhecido como Lama Michel Rinpoche. Não é difícil imaginar que, para tamanha transformação acontecer, muitas outras mudanças foram necessárias. Descendente de uma família com tradições presbiterianas e judaicas, aos 5 anos de idade Michel conheceu, por intermédio dos próprios familiares e sem qualquer pretensão inicial, sua verdadeira influência – não apenas religiosa, mas para a vida. E não se tratava de um rabino ou qualquer outro líder religioso que já tivera contato antes, mas sim um monge tibetano.

E foi assim, de forma voluntária e sem qualquer pressão, que ele decidiu, prematuramente, o que queria para o resto da vida. Sete anos foram necessários para que Michel amadurecesse essa ideia e, aos 12 anos, decidisse que queria estudar em uma universidade monástica na Índia – para onde foi na companhia de seu pai, nesta fase marcada pelo início da adolescência. Por lá ficou durante 11 primaveras, estudando Budismo, Tantra, medicina e astrologia.

Escolha precoce, escolha importante, escolha definitiva. Tudo isso nós sabemos. Agora, escolha errada? Isso não. De maneira nenhuma! É nítido que a vocação de Michel é essa, desde a sua infância, confirmando toda a expectativa colocada sobre ele desde que manifestou um mínimo interesse por essa cultura.

Michel vive hoje transitando entre a Itália, onde orienta centros budistas, o Brasil e o resto do mundo. Por aqui, ele é um dos diretores espirituais do Centro de Dharma da Paz, em São Paulo, além de ser presidente e um dos fundadores da Fundação Lama Gangchen para a Cultura de Paz – que como o próprio nome adianta, promove a cultura de paz, tendo como pré-condição para a paz mundial a paz interior dos seres.

E é exatamente essa a principal busca do Lama: fazer com que as pessoas entendam que apenas estando em paz consigo é possível influenciar a paz do mundo e, só dessa forma, é possível também ter felicidade. Neste sentido, ele trabalha conscientizando as pessoas sobre a importância de preocupar-se com a saúde mental dos indivíduos, propondo inclusive a implementação de disciplinas que tratem desta demanda em escolas, já que como ele também defende, somos todos influenciados pelo meio em que estamos – assim como o influenciamos.

"Na visão budista, amar é valorizar a felicidade do outro tanto quanto a própria, desvinculando este sentimento de qualquer aspecto material ou interesse próprio. O curioso é que a base para ser feliz é, justamente, sentir amor. Já a essência dos conflitos vem do egoísmo, da falta de amor, do fato de não se levar em consideração a felicidade alheia. Egoísmo não é amor próprio. Amar a si próprio é cultivar o que nos faz bem e abandonar o que nos traz mal. O amor é facilmente confundido com desejo. Há uma grande diferença entre precisar do outro para ser feliz e querer que o outro seja feliz incondicionalmente.”

É tanto conhecimento compartilhado, que Michel tem dois livros publicados – Uma ideia de paz e Coragem para seguir em frente – e viaja o mundo todo com a ideia altruísta de fazer as pessoas entenderem um pouco melhor sobre a vida. O objetivo final? A felicidade. Os métodos? Escutar, refletir, compreender e compartilhar. 

fechar