O ativista Celso Athayde fala sobre a corrida para evitar que a pandemia cause um colapso social no Brasil: ”Enquanto você faz a sua quarentena, o seu home office, a favela tá na rua trabalhando”
Aos 16 anos, Celso já tinha vivido em 3 favelas diferentes, abrigos públicos e embaixo de um viaduto em Madureira.
Nascido em Nilópolis, na baixada fluminense, ele trabalhava como camelô no Rio de Janeiro quando começou a ter contato com o hip Hop, onde fez carreira: foi o idealizador do Festival Hutúz, que por 10 anos foi o principal evento de rap e hip hop do Brasil, trabalhou com os Racionais MCs e é até hoje o empresário do rapper MV Bill, com quem fundou a CUFA - Central Única das Favelas.
Desde 2013 Celso está a frente da Favela Holding, conjunto de empresas que tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento de negócios e de profissionais nas favelas.
A atuação como ativista social já levou Celso, que não chegou a frequentar a escola, a ministrar palestras em universidades renomadas mundo afora, como Harvard e MIT.
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Com mais de 20 anos de existência, a CUFA hoje está presente e 412 cidades brasileiras, e agiu prontamente frente a crise do coronavírus. Alimentos, produtos de higiene, gás e um auxílio em dinheiro arrecadados e doados através do projeto da organização, o "mães da Favela", já alcançaram mais de 600 mil famílias em meio a essa pandemia. Convidado do Trip FM, Celso conta sobre a sua experiência e os desafios na linha de frente para atender essas famílias, e suas expectativas sobre como essa situação extrema deve nos guiar para que o acesso à riqueza e as oportunidades sejam democratizadas: "Ou a gente divide as riquezas que a favela sempre produziu, ou vamos dividir as consequências da miséria que a elite gerou todos esses anos".
Confira a entrevista completa no play abaixo, no Spotify, iTunes e Google Podcasts.
Créditos
Imagem principal: Luiz Maximiano/Acervo Trip