Vergonhas alheias do ano (e ainda estamos em junho)

por Nina Lemos
Tpm #154

Em seis meses já presenciamos gente pedindo boicote à novela, grupos querendo a volta do regime militar e postando coisas que, vamos combinar... dão muita vergonha

Nesta Tpm que tem Vergonha como tema, concluímos que já temos motivos de sobra para nos envergonhar deste ano. Vimos o cantor Ed Motta falar mal dos brasileiros no Facebook, amigos surtarem em dublagens do aplicativo Dubsmash e a escola de samba Beija-Flor ser patrocinada por uma ditadura africana – e acabar campeã do Carnaval do Rio.

Assunto é o que não falta, mas destacamos apenas quatro coisas muito, mas muito vergonhosas de 2015 até agora: 

1. Congresso Nacional Nos dá muita vergonha alheia o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, dizer coisas como: "discutir aborto, nem por cima do meu cadáver". Ou o deputado Jair Bolsonaro brincando de pegadinha no avião com o colega Jean Wyllys, acusando-o de "heterofobia" (como se existisse isso). Ou ainda o deputado-pastor Marco Feliciano pedindo boicote à novela Babilônia por causa de um beijo gay. Congresso Nacional: tá puxado! 

2. "Volta, ditadura" A ditadura militar não trouxe nada de bom para o Brasil. Ao contrário. Foi uma época horrorosa, com cidadãos sendo presos, exilados, assassinados. Por que explicar isso? Porque alguns resolveram ir às ruas, do Brasil e de Miami, para pedir a volta desse regime. Por favor, não façam a gente passar vergonha em escala internacional.

3. Dolce & Gabbana pela família tradicional O que você espera de um ex-casal gay que vende roupas, em grande parte, para um público gay? Tudo, menos declarações como a do estilista Domenico Dolce sobre "famílias tradicionais". "Você nasce de uma mãe e um pai. Ou pelo menos é assim que deve ser. Eu chamo as crianças da química de ‘crianças sintéticas’. (…) Os psiquiatras não estão prontos para enfrentar os efeitos dessa experimentação", disse ele, revoltando gente como Elton John – pai de crianças nada sintéticas.

4. Grávidas fitness A onda fitness já nos deu muita vergonha, do festival de leggings com cores vibrantes à enxurrada de fotos de "treino pesado" . Agora, temos as grávidas fitness – mulheres que exibem o corpo saradíssimo, mesmo carregando um bebê na barriga. Gente, não tem coisa mais importante pra uma mãe se preocupar?

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