O apartamento da estilista Adriana Barra é cheio de estampas, cores e luz
Casados, mas em casas separadas. Essa é a nova realidade da estilista paranaense Adriana Barra. Muita gente não entende o porquê dos tetos diferentes e fica ainda mais espantada quando descobre que Adriana, aos 34 anos, está grávida de quatro meses. Mas ela nem dá ouvidos. Já tinha um palpite de que esse seria o modelo ideal quando se casou pela primeira vez, em 2001. Agora, colocando a idéia em prática no segundo casamento, com o empresário Houssein el Jarouche (dono da loja Micasa), ela está certa de que essa é a fórmula de sucesso de um relacionamento duradouro. “Morar separados nos faz ficar juntos o tempo todo”, sintetiza. “Dormimos juntos quase todos os dias e, apesar de sermos casados, estamos sempre namorando.”
Faz cinco meses que ela se mudou com a filha, Amelie, de 4 anos, para esse apartamento de 310 metros quadrados no bairro paulistano de Higienópolis. Uma reforma rápida, para tirar algumas colunas da sala e pintar paredes, foi a única coisa que fez antes de se mudar. A maioria dos móveis veio da casa antiga e o estilo ultrafeminino a acompanha desde sempre. A parceria do casal, que se estende até o profissional – na Micasa é possível comprar estofados com estampas criadas por Adriana, como o da foto ao lado, por exemplo –, fez com que cada um deles levasse um pouco do outro para suas casas: “Trouxe algumas linhas retas e cinza para dentro da minha e o Houssein também levou um pouco de cor para a dele”. Além disso, alguns objetos idênticos são encontrados nos dois lares, como a cadeirinha mineira antiga amarela. Objetos iguais, energias diferentes. A casa dela é a da família, das crianças, do amor. A dele é a do casal, do namoro, da paixão.
Há quem diga que o bebê que vem aí já chega perdendo alguma coisa. Na verdade, ele ganha duas casas e uma família moderna, realizada e feliz. Precisa de mais?
Tpm. Como vai ser receber seu bebê nesse esquema pais em casas separadas?
Adriana. A opção de ter duas casas foi nossa. Tenho um universo muito particular e o Houssein também, um masculino, outro feminino. E hoje não temos por que mexer nisso. As relações são feitas para durar. E, quanto mais preservamos o nosso universo, mais queremos ficar junto um do outro. Está ótimo assim, saudável, parecemos eternos namorados. É um casamento perfeito, só que dessa maneira.
Você vai continuar trabalhando grávida até quando? Na gravidez passada trabalhei até três dias antes de ter nenê. O segundo filho é diferente, a barriga cresce três vezes mais. Estou no quarto mês e parece que vou para a maternidade daqui a pouco. Por isso, nesta gravidez não sei até quando vou. Talvez até uma semana antes do parto. Sou dona de uma marca que é a minha cara, preciso estar ali presente, quero estar.
Há três anos, nas Páginas Vermelhas da Tpm # 76, você se referia à sua loja como uma “lojinha”, um espaço com clima de casa. Ainda é assim? A loja está num processo de mudança muito grande. De três anos pra cá, aprendi muito sobre mim e a arte que é fazer a minha roupa. Isso mudou bastante o meu modo de ver a marca. Hoje a vejo como uma coisa um pouco mais ampla, para o mundo. A lojinha continua no sentido de ser um ambiente acolhedor, mas hoje a marca é maior. Eu cresci e ela também.
O que é a marca Adriana Barra hoje? Um conceito que vai bem além de fazer roupas e estampas. Tem a Amelie, que é a Adriana Barra para crianças, a Home, que agora tem uma linha de colchas em parceria com a Micasa, e a Cauê, linha de roupas e acessórios para cachorros. Quero também agregar arte e design. Trazer outras pessoas e áreas para o meu espaço. Um dos meus maiores projetos quando dei a entrevista para a Tpm era abrir uma loja no Rio de Janeiro. Inaugurei no ano passado, é uma loja linda. Hoje em dia meu maior plano é aumentar a loja de São Paulo.
E a Adriana Barra pessoa? É estilista, empresária, artista... Sou uma criadora. Gosto de criar qualquer coisa que me seja proposta. Abri uma agência de idéias junto com a minha marca, a Dedricatessen. Está no começo ainda. Isso porque não faço só estampa, pelo contrário. Fiquei famosa assim, mas sou muito criativa para sei lá... pensar em uma nova embalagem para biscoito. Desenvolver coisas que não sejam tão comerciais, mas que sejam lúdicas, que mexam com o emocional das pessoas. Meus amigos sempre me procuram pedindo idéias, é uma qualidade que tenho.
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