Shubi Guimarães

Tpm

por Bruna Bopp
Tpm #122

O esporte moldou o jeito que a ex-atleta lida com o corpo e a vaidade

Ao final das corridas de aventura em que competia, assim que atravessava a linha de chegada, Shubi Guimarães encontrava a mãe à sua espera. Além da torcida, ela estava ali por outro motivo: levar um kit “menina” para a filha. Nele tinha de tudo: acetona, creminhos, perfume e até água benta. “E, saindo dali, ela me levava direto para comprar saias e vestidos”, lembra. O medo de que o esporte a masculinizasse também passava pela cabeça da atleta. Por isso, desde que começou a correr, aos 22 anos, a paulistana deixou os cabelos, antes supercurtos, crescerem – e também não descuida do esmalte. Ela também é responsável por criar a primeira equipe de corrida de aventura formada unicamente por mulheres, a Atenah, que não compete mais. Hoje, aos 36 anos, comanda o Ecomotion (empresa que organiza eventos de esportes de aventura) e diz que nunca se sentiu tão bem. “Gosto de ser mais velha. Tenho mais experiência e sinto que meu corpo é muito melhor do que aos 20 anos. É como meu pai diz: ‘Não me chame de jovem. Demorei tanto para chegar aonde cheguei’. [Risos]”

Como o esporte contribuiu para sua autoestima? De todas as formas. O esporte faz com que de fato a pessoa se sinta melhor. Quando você se percebe capaz de fazer alguma coisa, sente que pode fazer o que mais vier. Minha pele muda quando fico parada por algumas semanas. A textura é outra, é impressionante. Com o esporte, você não precisa pensar para se sentir melhor. É físico.

Você se culpa por não dar conta de tudo? Não me sinto nem um pouco culpada. Me considero livre nesse aspecto. Se não consigo fazer a unha, paciência. Mas tento dar um jeito nas coisas. Remo na hora do almoço três vezes por semana. Quando vou passear com a minha cachorra, aproveito para treinar e a gente corre uns quilômetros. O bom de não ter patrocinador é que faço isso porque gosto. Se não quiser, não tem mais culpa.

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