por Ariane Abdallah
Tpm #117

A diretor de DVDs musicais Joana Mazzucchelli é a editora convidada desta edição

 

A diretora Joana Mazzucchelli, 38 anos, tem seu nome registrado na maioria dos DVDs de música brasileira lançados nas duas últimas décadas: de Kid Abelha a Zeca Pagodinho, de Planet Hemp a Ivete Sangalo, de Lulu Santos a Bruno & Marrone... e a lista vai longe. Ela mesma já perdeu a conta, mas garante que passa de 50 títulos. Há cinco anos à frente da Polar Filmes – em parceria com a produtora e amiga Gisa Locatelli –, Joana assina também programas de TV, como o reality show Brazil’s Next Top Model, para a produtora Moonshot e o canal Sony Entertainment Television.

Mas, no começo de sua carreira, ela era conhecida nos corredores da MTV como “a mina do rock”. Entrou na emissora aos 17 anos, como estagiária, e passou por praticamente todos os programas da grade. “Naquela época, a MTV não tinha tanto compromisso com a audiência, então dava uma grande liberdade para experimentações”, conta. Isso significa que, na prática, ela já desempenhava as mais variadas funções: assistente, produtora, redatora, diretora... Sempre por trás das lentes. “Eu era moleca, não sei como eles tinham coragem de me deixar fazer coisas como levar oito câmeras num show do Racionais, num lugar superdistante. Mas deixavam, e eu fui aprendendo enquanto fazia”, lembra. Logo Joana já assinava a direção dos shows do primeiro Video Music Brasil, em 1995, e das gravações de Acústicos MTV e MTV ao Vivo.

Foi na emissora que Joana conheceu seu marido, o produtor musical Daniel Pompeu. Já com ele, em 2001, cansada do ritmo frenético de trabalho, resolveu parar um pouco para estudar contrabaixo num conservatório de música. O break durou um ano, até que ela engravidou de Sofia, 11. Dois anos depois, veio Manuela. Joana faz questão de enfatizar que sua maior obra é a família que construiu.

Todos os sons

Mas, dependendo da demanda de trabalho, ela passa mais da metade do mês fora de casa, viajando para acompanhar as gravações de DVDs. Nessas ocasiões, entra em contato com um Brasil que antes não lhe era familiar. “Quando fui gravar Bruno & Marrone, cheguei no show em Goiás e vi 50 mil pessoas aos prantos. É uma coisa forte de romantismo, sensualidade.” Com seu cardápio atual incluindo sertanejo e pagode (também já dirigiu Leonardo, Victor & Leo, Exaltasamba, Sorriso Maroto, entre outros), ela definitivamente não é mais “a mina do rock” e adora a possibilidade de investir em painéis de LED e efeitos especiais, que fazem sucesso nos shows populares.

Nesta edição em ritmo de Carnaval, a diretora abre seus gostos pessoais (que passam longe das marchinhas e do agito) à Tpm: suas canções favoritas e os blogs que fazem parte da rotina. Assim, da próxima vez que você assistir a um show brasileiro em casa, saberá quem é a mulher que provavelmente transformou uma ideia naquele espetáculo.

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