Show de Marisa Monte em Nova York
“Foi como uma massagem no ombro,” definiu Gabriel.
Fotógrafo americano, apaixonado pelo Brasil – mais precisamente pelo Rio de Janeiro – ele não poderia estar num lugar melhor na noite de terça-feira. Vestindo um preto longo, com lantejoulas coloridas na barra, Marisa Monte cantou para uma platéia lotada no Beacon Theater, no Upper West Side. Este foi o último show da turnê “Universo Particular”, que passou antes pelo Brasil e Europa, e foi recebido aqui com uma bela matéria no New York Times.
Em shows como este todo mundo encontra todo mudo. Qualquer brasileiro que se preze estava no show – que, por sinal, não é o primeiro de Marisa nesse teatro. Difícil era conseguir dois assentos juntos, já que os ingressos foram concorridíssimos. Separados, restava-nos achar os amigos via torpedo.
Marisa deu um banho – a platéia, nem tanto. Há sempre os inconvenientes que não têm alma para ouvir, nem coração para escutar. Gritam “maravilhosa” (redundante) e pedem isso ou aquilo enquanto ela fala ou se concentra; uma louca ainda subiu no palco aos pulos para abraçá-la. Foi aterrorizante tanto para ela, quanto para quem assistiu a cena.
O mais sortudos dos mortais foi Vinícius, correspondente da Folha de S.Paulo, que entrevistou a musa e ganhou dela um lugar na fila A – mais perto que ele só o faxineiro do palco. Por outro lado, no fim do show, ele me deixou a incumbência de ir ao camarim e dar alô para ela em nome dele. Opa! Fomos. Gabriel a tiracolo. Na entrada, convidados esperavam a porta abrir. Até que um segurança aparece e grita: “quem aí é Phillip Glass? Pode entrar.” Depois do músico, entrou o resto.
E lá estava ela, bela e simpática, vestindo um quimono amarelo florido, cabelo preso e batom vermelho. Para ser um artista não basta saber cantar, cantar, cantar – como boa carioca, ela provou que simpatia é quase amor.