A lutadora Kyra Gracie entra no tatame de base no rosto, esmalte rosa e parte pra luta
Todos os dias, depois de treinar pela manhã e para aguentar a prática pesada que virá mais tarde, a lutadora de jiu-jítsu Kyra Gracie, 26 anos, se obriga a dormir após o almoço, “senão o corpo não aguenta”. Mas ela confessa que às vezes abre mão do descanso por outro ritual: a ida ao cabeleireiro. “Chego no treino exausta, mas pelo menos meu cabelo está hidratado e as unhas, feitas”, brinca. A vaidade já virou motivo de provocação entre as adversárias: ela ganhou apelido de patricinha, mas isso nunca a incomodou. O que Kyra não gosta é de ter sua qualidade questionada por causa de seu sobrenome – a família Gracie criou o chamado jiu-jítsu brasileiro e ela é a única mulher do clã que seguiu no esporte. “As pessoas falam que só estou na mídia por ser Gracie. Se fosse isso, não seria pentacampeã mundial”, solta. Este mês ela chega como uma das favoritas para o campeonato de Abu Dhabi, um dos principais do mundo, e em junho compete em seu nono torneio mundial.
O que nunca muda na sua rotina? Minha alimentação. Faço a dieta Gracie desde pequena e toda minha família a segue. Ela foi criada pelo meu avô Carlos e é baseada na combinação dos alimentos. Certas coisas você não pode misturar em uma mesma refeição, como carboidratos, limão e não se come carne de porco. E tomo um copo de água ao acordar e antes de dormir. Quem casar comigo vai ter que entrar no jiu-jítsu e na dieta [risos].
Ser vaidosa era natural ou o esporte fez você ser ainda mais? Eu era um pouco, minha mãe sempre foi. Mas sei que tento ser mais feminina do que o normal para mostrar que ser lutadora e ser vaidosa não precisam ser coisas que se excluem. Eu queria trazer um lado feminino para o jiu-jítsu. Tanto que criei o kimono rosa, só luto de esmalte rosa, essas coisas.
Maquiagem Rita Fischer / Assistente de foto - Felipe Ovelha / Kyra usa vestido Forever 21