por Bruna Bopp
Tpm #96

De uma estilista de calcinhas a uma italiana, quatro amigas traduzem o espírito da carioca


 


 

Francesca fará parceria com    
Alessa, que tem um brinco da

Depois de vir ao Brasil para matar a curiosidade sobre o país, a italiana Francesca Romana Diana se desacostumou com Roma. “Me apaixonei pelas pedras, pelas cores e pela inconstância do brasileiro”, lembra a designer de joias, há 22 anos no Rio. Fez de seu nome uma marca e hoje seu trabalho é um dos mais conceituados do país, com lojas na Europa e nos Estados Unidos. Sua inspiração vai desde os desenhos do calçadão à silhueta das montanhas da cidade. “As curvas são como vivo, evito sempre os ângulos retos.” Aos 51 anos, está na fase de ouvir Vivaldi, mas acha que um dia ainda pode ser funk.

Ao remexer em certificados antigos da família, a designer e estilista Alessandra Migani, 38, se descobriu tataraneta do alfaiate do papa. Era a prova de que “a moda não estava somente na alma, mas no sangue também”. Em 2002, inaugurou a Casa da Alessa, lugar onde criava e vendia calcinhas criativas, com frases como “homem bonito não paga, mas também não leva”. As peças viraram sucesso e ela ampliou o repertório, com blusas e vestidos. Depois do desfile no último Fashion Rio, está indo para Paris, onde fará um showroom da nova coleção. “Dreamaholic é uma autodefinição”, resume.


 


 

Lidice, que adora a galeria de
Anita Schwartz
Nada parece muito comum na vida da designer de joias Lidice Caldas, 55. Não é comum ser a caçula de 12 irmãos nem ter um filho ruivo (ela e o marido têm cabelos negros). É ainda mais difícil imaginar ir a uma aula de cabala e encontrar Madonna, como aconteceu em 2009, quando viajava por Nova York. Mas ela cai no simplório quando confessa: “Adoro um ovo frito”. Carioca, não sai de casa sem um pingente que criou – a imagem do Cristo Redentor. Vendido por R$ 69, é sucesso no Rio. Diante de suas conquistas, solta: “O que mais me irrita na vida é saber que um dia vou deixá-la”.Quando se vê a galerista Anita Schwartz, 59, caminhando diariamente pelo calçadão, parece que se trata de uma carioca típica. Mas basta abrir a boca que o sotaque – e os desejos repentinos de bolo de rolo – denuncia a origem pernambucana. Da infância no Recife, ela lembra do sonho de virar aeromoça “e viver voando”. Hoje, depois de ter sido marchande na década de 80 e dirigir três galerias, vê seu grande projeto completar dois anos – a galeria de arte contemporânea que fica na Gávea e leva seu nome. “Agora sou pé no chão, são as obras dos meus artistas que me fazem ‘viajar’”, brinca.

 

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