A artista Nina Moraes conversou com a Tpm sobre sua nova exposição, ’Retratos de Ninar para Canções Desesperadas’, em cartaz a partir de amanhã, no Rio de Janeiro
A ilustradora Nina Moraes apresenta, a partir do dia 22, a exposição “Retratos de Ninar para Canções Desesperadas”, na galeria da loja La Cucaracha!, no Rio de Janeiro. Por meio de instrumentos como bico-de-pena, nanquim, lápis, pincel e tinta acrílica, além de costuras em bonecos de pano, Nina procura instigar a imaginação do observador. A artista conversou com a Tpm sobre a mostra, suas ideologias e aspirações.
Tpm Da onde você tira inspiração para fazer os seus desenhos?
Nina Moraes Além de todo um mundo em movimento e toda a natureza humana cheia de labirintos, abismos, caos, paixões e mediocridade, também me inspiro muito na arte bizantina, na arte flamenca, nas fotografias de Diane Arbus e na poesia de Baudelaire e Rimbaud.
O que procura mostrar com sua obra?
Há em cada desenho um pouco de mim e um pouco do que acredito haver em cada um de nós. Há meiguice, melancolia, ludicidade, mas há também bizarrice e uma força estranha com a qual tento sugar o espectador através de olhos brancos que acredito serem como espelhos. Faço um recorte desses personagens, e suas histórias podem ir muito além daquele enquadramento. O entendimento de todo o significado de cada um deles foge de mim. Não quero explicá-los, gostaria que as pessoas de alguma maneira os vissem como um retrato seu e pudessem transpor ali toda sua angústia e paixão.
Conte um pouco sobre a exposição "Retratos de Ninar para Canções Desesperadas". Da onde surgiu a idéia? O que representa o universo feminino em cada obra?
Nela, estarão expostos alguns desenhos antigos (desde 2005), que nunca foram expostos. Tem também muita coisa nova, como pequenos objetos em MDF pintados à mão, bonecos de pano, além de pinturas nas paredes da galeria. É um conjunto que mostra alguns anos de trabalho e a evolução dele. "Retratos de Ninar para Canções Desesperadas" é a poesia que creio descrever bem um pedaço do meu mundo particular, um mundo essencialmente feminino. Minha pintura e meus desenhos são basicamente retratos, e principalmente retratos de mulheres. O feminino é a natureza do meu trabalho. Acredito que ele está, sobretudo, nas formas sinuosas, na delicadeza dos movimentos da linha e também na agressividade dos temas.
Vai lá: 22/5, às 19 horas. Rua Teixeira Mello, 31 H, Ipanema.