Parar em uma sala de emergência em Kathmandu de madrugada, ninguém merece!
Aviso: texto não indicado para pessoas com estômago sensível!
2h da manhã, dou a volta pela cama, tropeço no edredom embolado no chão e caio de cara em uma quina de parede, no quarto da casa nova. Só consegui dizer para o meu namorado: "Baptiste, corre e traz gelo que tá saindo muito sangue".
O som do "craaaack" no nariz e o "puuuummm" da minha testa na parede, ainda soam claro na minha memória. Também lembro do momento do tombo em câmera lenta e com riqueza de detalhes. Deve ter durado uns 3 segundos no tempo humano, mas pelo menos uns 3 minutos no tempo trauma. Sei lá porque, mas consigo lembrar direitinho de tudo, da sequência exata do tombo, do impacto do meu rosto na parede, e como fiquei confusa por uns segundos, caída no chão do quarto escuro, porque jorrava sangue do nariz mas na hora não doía.
Sofrer um acidente desses não é nada bom, agora parar em uma sala de emergência em Kathmandu de madrugada, e sem seguro de saúde internacional, ninguém merece! Por sorte, a casa nova fica perto do melhor hospital particular da cidade e meu cartão de crédito nunca me deixa na mão. A radiografia não acusou fratura de osso, talvez de cartilagem no nariz. Combinei com o plantonista que voltaria de manhã para consertar o estrago com o cirugião plástico. Bom, o saldo dessa história foram 8 pontos de cirugia plástica na testa, nariz temporariamente torto, e perdi o prazo de entrega de todos meus freelas. Não teve jeito, precisei parar tudo e cuidar de mim. Eu nuuuuunca me machuco, sou mega cuidadosa, foi bem punk passar por isso super longe de casa. E o fato de ser no rosto, só piorou as coisas.
Demorou umas semanas para eu parecer comigo de novo. Mas agora finalmente está tudo bem! Mais uma história na bagagem Ásia.
Para fechar esse post, o comentário super fofo do plástico que cuidou de mim: "Poxa, você é brasileira, como você nunca fez uma plástica no nariz com o Pitangui?"
Hãaaaaa???
