Quadrilha montada

Tpm

por Nina Lemos
Tpm #101

Nossa repórter participa da festa junina mais bizarra da história

Nossa repórter participa da festa junina mais bizarra da história e conta o que acontece quando pessoas do mundo da moda decidem fazer o “balancê”. E ainda ganha o buquê da noiva Erika Palomino, que casou com... o Dudu Bertholini!

“Ai, meu Deus, estou tonta.” Essa foi uma das poucas vezes que essa frase não saiu da minha boca. Quem sentia um acesso de vertigem era Bianca Exótica, professora e figura famosa da noite paulistana. Motivo do acesso de tontura: participar de uma quadrilha, mais precisamente da hora assustadora do túnel. Eu tinha esquecido que dançar quadrilha era um esporte radical. “Vou morrer, para”, resfolegava Dudu Bertholini ao meu lado.

Como nos metemos nessa? Resposta: somos malucos. E, quando recebemos o convite para participar de uma quermesse com quadrilha de verdade para a gravação de um programa da MTV, pensamos: esse vai ser o dia mais legal do ano!

E passamos a falar só disso. E a pensar nos modelos. Nós, no caso, somos pessoas chamadas levianamente de fashionistas (termo que renego, mas, se ser fashionista é participar de quadrilha vestida meio de punk, sou uma delas, prazer).

Nós éramos Marcelo Sommer, Fabio Kawallys, Rita Comparato, Wilson Ranieri, Adriana Barra e, claro, Dudu Bertholini e Erika Palomino, os noivos. E mais um monte de gente maluca que resolveu se arrumar para dançar quadrilha no meio da tarde de uma quinta-feira.

 

A roça é o Texas?

Primeira conclusão: na hora de se fantasiar, as pessoas que são chamadas levianamente de fashionistas arrebentam. O Sommer foi todo de quadriculado. E estava tão lindo que o pedi em casamento na porta da igreja do Calvário, em Pinheiros, onde tudo aconteceu. E alguns travestis trocaram de roupa no banheiro da paróquia. Será que a gente vai para o inferno?

A editora de moda da Folha de S.Paulo, Vivian Whiteman, conseguiu virar uma caipira perfeita misturando peças do Sommer e da Fabia Bercsek, e eu, bem, desculpe esnobar, mas tive um personal stylist! E digo mais, ele também veste a Ivete Sangalo (tá?). O Fabio Kawallys é estilista, artista e punk. E disse: “Tenho um vestido perfeito para você que foi feito por uma cigana”. Como ele tinha esse vestido? Mistérios, querida. Ele mesmo arrasou no modelo e virou uma coisa meio caipira punk. “O bom é que a gente vê aqui qual noção as pessoas têm do interior, né? O Dudu, por exemplo, acha que a roça é o Texas.” E o Douglas, meu par, estava vestido de interior de Berlim, com colete de tachas (tendência na quermesse) e calça jeans com estampa.

Agora, cansa muito dançar quadrilha. Errei várias vezes. Na real, todo mundo errou e gritou por socorro. E essa coisa de fazer túnel dá tontura. Mas no fim parece que você andou de montanha russa.

Se foi legal? “Acho que hoje é o dia mais divertido do ano”, digo. “Eu também acho”, comenta Costanza Pascolato, que não dançou, mas foi lá. E a melhor parte! Depois do casamento a Erika, a noiva, me deu o buquê! Curei vários traumas de infância. Ganhei o buquê e meu par não faltou (isso aconteceu comigo quando tinha 7 anos). Só não consegui acertar o peixe na pescaria. Alguns traumas não se curam...

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