A casa da arquiteta Juliana Torres adapta objetos antigos e propõe nova função a cômodo
O apartamento da arquiteta Juliana Torres, 42 anos, ainda tem gostinho de novo. Ela e o marido se mudaram há seis meses. O prédio, construído em 1972, fica no bairro Santo Antônio, em Belo Horizonte, Minas Gerais. A região residencial antiga tem muitos casarões que viraram restaurantes e bares. O bairro também tem escritórios de arquitetura, moda e escola de música. Não é exagero dizer que a casa de Juliana reflete o perfume criativo da vizinhança.
O apartamento de 148 metros quadrados e pé-direito alto é ensolarado boa parte do dia graças aos janelões imensos. Na decoração, o casal usou peças feitas por eles mesmos e presentes de amigos. “Casa precisa demonstrar afeto. Gosto de coisas com história. É isso que traz conforto para as moradias de nossas tias”, diz.
O canto preferido do apê é o ex-quarto de empregada que eles transformaram em um alpendre. “Espaços fechados são desnecessários e acabam se tornando depósito de coisas inúteis.” Para a transformação, quebrou paredes e revestiu as que sobraram. Como a janela da área de serviço tem quase 5 metros de extensão, resolveu cultivar plantas. Ali, amigos tomam uma cerveja sentados nas cadeiras de um antigo cinema que Juliana frequentou nos anos 1980. “É um luxo fumar um charuto entre as nossas samambaias.”
Atrás da cadeira desenhada por Charles e Ray Eames está uma antiga penteadeira. Sem o espelho, se tornou um aparador. Ao fundo, uma escultura feita de bambu
A cabeceira é uma porta antiga. As mandalas na parede são tapetes da Etna. O papel de parede é da Leroy Merlin