Pelos direitos iguais no dicionário!

por Nina Lemos
Tpm #107

Descobrimos que profissões como arquiteta e vereadora não existem no dicionário Houaiss

Bomba! Descobrimos que profissões como arquiteta e vereadora não existem no dicionário Houaiss, o mais moderno da língua portuguesa, e ainda por cima diz que ministra é esposa de ministro. Vamos mudar isso, por favor!

 


Agora que uma mulher foi eleita presidente da República, um bafafá se formou em cima da palavra. Ela diz que quer ser chamada de presidenta. Os jornais insistem que ela deve ser chamada de presidente. Bem, se a gente for acreditar no hype dos dicionários, pode achar que as duas maneiras de chamar a presidente(a) são corretas. Sim, as duas estão no Houaiss, ao contrário de outras profissões, digamos, mais básicas.

Para o dicionário, que é o mais moderno da língua portuguesa, não existem profissões como arquiteta, bióloga, decoradora, publicitária, vereadora. Só existem os homens que trabalham como arquitetos, biólogos, decoradores, publicitários e vereadores! Sim, se você é bióloga, saiba que, segundo o dicionário, você não existe!

Aproveitamos e inspecionamos o dicionário inteiro. E percebemos que as médicas e as deputadas só estão citadas como correspondentes das profissões masculinas. Ou seja, uma versão, não chegam nem a ser um verbete. Se alguém quiser saber o que de fato faz uma deputada, vai ter que abrir em deputado e ler até o fim. Machismo!!

Agora, o absurdo maior! Olha o que aparece no verbete ministra: “Ministra: s.f. 1 mulher que serve e ajuda para se conseguir alguma coisa; medianeira 2 roda entre a cozinha e o refeitório dos conventos, por onde se passava a comida para os religiosos 3 régua de madeira usada pelos sapateiros 4 mulher que exerce cargo de ministro 5 uso: informal. esposa de ministro ou de embaixador • ETIM lat. ‘a que serve, a que ajuda, a que protege e cuida, a que governa’”.

Detalhe, em ministro aparecem todos os detalhes da função que um exerce. Hello, editora do Houaiss, vamos fazer alguma coisa? E atenção, MINISTRA Ana de Hollanda, dê um jeito de mudar essa situação. As médicas, as publicitárias e as outras ministras agradecem.

 

fechar