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Para, eu tenho medo!

Como não temer que as filhas adolescentes pensem em emagrecer para serem aceitas?

Para, eu tenho medo!

Por Juliana Sampaio TPM #86

em 13 de abril de 2009

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Como não temer que as filhas adolescentes ouçam cantadas nojentas ou pensem em emagrecer para serem aceitas? Nossas colaboradoras listam essas e outras coisas apavorantes

Outro dia conversava com um amigo, um cara in­te­li­gen­te e ba­ca­na, so­bre os livros que tenho lido. Por fim, ele me disse: “Tenho medo de fe­mi­nis­­ta”. E fiquei pensando em me­dos. E nas coisas de que tenho medo. É mais ou menos assim: tenho medo de na­morados que acham que podem ma­tar na­­moradas. Eu tenho medo de crimes “pas­sionais” que são mais ou me­nos re­gra. Eu tenho medo do que podem cha­mar de honra. Eu te­nho medo de pais que saem para passear de avião com suas fi­lhas. Eu tenho me­do de pa­dras­tos ta­rados, de pais, ir­mãos, tios e cunhados idem. Tenho medo da in­vi­si­bi­lidade e da impunidade cotidiana. Eu tenho medo de quem não res­peita criança. Eu tenho medo de dogmas. Eu tenho medo da Igreja católica. Te­nho medo de que uma mulher seja obrigada a levar uma gravidez a ter­mo, mesmo que ela seja fruto da maior violência que alguém pode sofrer.

 

Tenho medo de estradas e de pessoas agressivas ao volante. Eu tenho medo de armas e das coisas que homens malucos podem fazer com elas. Tenho medo de polícia e de bandido. Te­nho medo de uma justiça que só serve pa­­ra alguns. Tenho medo de que mi­nhas fi­­lhas te­nham que ou­vir as mesmas can­tadas no­­jentas que sempre ouvi de des­­co­nhe­cidos. Te­nho medo de que elas se­­jam vistas co­­mo coisas. Eu te­nho medo de que elas achem que precisam ter 40 qui­los pra se sentirem bonitas. Tenho me­do da quan­ti­da­de de silicone implantada nos peitos fe­­mininos. Tenho medo de ser con­fundi­da com uma fruta qual­quer. Te­nho medo dessa mania de plás­ti­ca, de Bo­tox e da proibição à velhice para as mu­lhe­res. E de muitas outras coisas.

Mas de feminista, meu amigo, não te­nho medo, não.

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