O mercado de tendência dos alimentos parece o de moda: é cheio de sobe e desce!
OVO
Nos anos 70: Era um monstro terrível. Ele era a pior coisa do mundo dos alimentos. O ovo estava para a comida assim como o rato estava para o mundo animal.
A partir dos anos 90: Sua reputação começa a subir – pesquisas passam a mostrar que, meu Deus, ele faz bem para o colesterol bom.
Anos 2000: Tem um pico de subida. Médicos dizem que as pessoas devem comer um ovo por dia porque faz bem para a saúde! O ovo vira o novo preto.
Anos 2010: Sobe até o limite! Pesquisas apontam que o ex-monstro faz bem para a vista, ajuda a emagrecer e ainda faz bem para o cérebro. De rato, ele vira uma espécie de leão, o rei dos animais.
2014: Comer um ovo tudo bem, mas, com todo mundo ficando maníaco por proteínas (e comendo muita clara de ovo) para ganhar massa muscular, chega-se à conclusão de que comer um ovo por dia pode ser bom, mas que comer muito, claro, faz mal.
LEITE
Até os anos 80: Tá nervosa? Toma um copo de leite. Dor de estômago? Toma um leitinho! Não consegue dormir? Leite morno antes de ir pra cama. O leite era super-hype, um remédio natural do bem.
Anos 90: Estudos dizem que leite não faz tão bem assim. Pode até causar câncer e doenças cardiovasculares. Mas continua indicado para o tratamento da osteoporose, porque tem cálcio.
Anos 2000: Vira um assunto controverso. Alguns cientistas dizem que ele é bom, mas a maioria diz que ele é mau.
2009: Estudo do American College of Nutrition mostra que, além do cálcio continuar sendo importante para ossos e dentes, o leite emagrece!
A partir de 2010: Cientistas afirmam que leite faz mal até para a gastrite. Ou seja, todo mundo que tomou leite para deter uma dor de estômago foi imbecil. Fora que o leite que consumimos, dizem, é contaminado. O leitinho quente de vó na verdade é veneno!
CAFÉ
Até os anos 60: Era um bálsamo, um santo remédio a ser ingerido por todos. No início do século 20 o café era consumido até por crianças (mas pensa: Freud receitou cocaína para a própria namorada).
A partir dos anos 70: Passa a ser considerado uma droga – causa dependência, tremores, insônia, infarto. Ele é ruim. Todo mundo continua tomando café, mas sabe que ele faz mal para o coração, para o estômago, está ligado ao câncer. Ou seja, todo mundo bebe, mesmo sendo um lixo.
Anos 2000: Começam a aparecer as primeiras pesquisas falando que talvez o café não faça tão mal assim. O consumo moderado pode até fazer bem.
Anos 2010 para a frente: Tomar café é bom, dizem slogans. Alguns pesquisadores sugerem que pode ser bom até para o coração, de quem ele era inimigo. Há quem diga que ele previne mal de Alzheimer e insônia. Outros continuam falando que café faz mal, sim, e que é uma droga bem forte, sim.
SUCO
Até os anos 70: É bom, saudável, maravilhoso – só que nessa época a gente levava suco Tang (um pozinho com aroma de fruta e muito açúcar, dissolvido em água) na lancheira. Nossas mães, coitadas, só estavam seguindo a onda.
Anos 80/90: Obrigatório para todo mundo – quem quer ter saúde deve tomar suco de frutas. Está gripado? Suco de acerola! As mães que mandam sucos falsos nas lancheiras começam a ser malvistas. Tem que ser de verdade, e sem açúcar.
Anos 2000: Aparecem os sucos de luz, que podem te salvar de tudo! Sucos verdes, de gosto ruim, mas que fazem milagres. As combinações mais exóticas de frutas com temperos viram moda e “fazem um bem danado para a saúde”. Mães que mandavam sucos não naturais nas lancheiras dos filhos são quase banidas da sociedade.
Ano 2014: Os médicos começam a sugerir que... as mães não deem tanto suco para os filhos! Afinal, aquilo é o sumo de várias frutas de uma vez só, cheio de açúcar (mesmo sendo o açúcar das frutas, é do mal). Todas as mães do mundo entram em crise de pânico.