O amor nos tempos de whatsapp

por Nina Lemos
Tpm #148

No passado, esperávamos o pretendente telefonar. Hoje, esperamos mensagem de WhatsApp

Houve um tempo remoto em que o grande drama de uma mulher era esperar o homem ligar no dia seguinte. Ligar? Cuma? Sim, a pessoa pegava o telefone e te-le-fo-na-va. Outro hábito antigo era ligar para “ouvir a voz do paquera” e bater o telefone na cara dele. Estamos falando do amor no passado, pré-bina, idos dos anos 90, aquela década que está super na moda.

Hoje, “a gente continua esperando, só que agora por mensagem no WhatsApp”, diz a designer Juliana Shurmann Hess, 32 anos. O drama é o mesmo. Só que mudou para “ele não respondeu meu WhatsApp ou minha mensagem de Facebook”. 

Tudo fica mais desesperador quando vemos no WhatsApp que a pessoa esteve on-line há poucos minutos, isso significa que... ele leu e não respondeu. Isso faz com que muitas contas sejam feitas para tentar entender “por que está demorando tanto”.

Mais temido do que isso, só o “lido” do chat do Facebook. Morte. Ler uma mensagem e não responder é maior ou igual a esqueça!

E o telefone? “Quando alguém telefona é muito sério”, diz Juliana. Sim, se o cara se dá ao trabalho de telefonar para ouvir sua voz praticamente configura namoro. O mesmo vale para quando você se dá ao trabalho de pegar um aparelho cujo objetivo teoricamente é telefonar e... telefonar.

“Eu acho que ouvir a voz é muito melhor, essa coisa de só falar escrevendo afasta do mundo real, por isso, se é pretendente, prefiro falar por mensagem de voz do WhatsApp”, diz G, uma artista plástica de 43 anos que prefere não se identificar. 

Mas, mesmo assim, ela prefere telefonar, e, não, não é por causa da idade. “Descobri um aplicativo que grava as conversas telefônicas. Tudo, porque você pode ter certeza do que a outra pessoa falou depois e analisar.”

Conclusão: a tecnologia muda. Mas a nossa loucura, não!

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