Setembro é o mês. É quando começa o ano nos Estados Unidos, o equivalente a março no hemisfério sul. É quando são inauguradas as melhores exposições de arte, os filmes que serão indicados ao Oscar, a temporada de ópera no Lincoln Center, a assembléia geral da ONU, a semana de moda de Nova York, o jantar de gala da Brazil Foundation, os coquetéis de abertura de lojas, as novas coleções de jóias e de roupas, o ano letivo, os cursos de qualquer coisa, os grandes shows de música, o sete de setembro que traz zilhares de amigos brasileiros para a cidade, o aniversário da "torcida do flamengo" de virginianos, e o ano novo judaico. Até o 11 de Setembro é em setembro! E tudo isso enquanto ainda dá para sair de chinelo e sem cachecol. Dá até medo de folhear revistas semanais como a Time Out ou a New York, gordas, que vêm com capas como "Fall Preview". Na boa, não dá pra acompanhar. A sorte foi ter dado uma fugida antes de tudo isso para uma praia artificial da Antuérpia - longe de tudo..."e sem paparazzi".
Mais: todo mundo acha que jornalistas conhecem tudo, já viram todos os filmes, todas as peças, todas as exposições, já jantaram em todos os restaurantes, já leram todos os livros, e todos os jornais do dia. "Como você não leu a coluna do Thomas Friedman hoje?", "Como você ainda não viu 'Cézanne to Picasso'?", "Como você não leu o novo livro do Jonathan Safran Foer?". Simples. Se a gente fizer isso tudo, não paga aluguel na cidade mais cara do mundo. Não, não dá para conhecer todos as lojas, nem todos os restaurantes. Até porque, quem mora aqui, como em qualquer outra cidade, acaba indo aos lugares que nos fazem sentir em casa. Por exemplo, tomar sopa japonesa num restaurante pé-sujo, onde não se fala inglês, e nem sei o nome, descoberto por um amigo. Basta ele me enviar uma palavra por e-mail: "japa?". Em cinco minutos eu tô lá.
É preciso tomar muito cuidado também com o que se chama de "lugar da moda" numa cidade onde se vive do eclético. O que é moda pra um é brega pra outro. Há lugares "da moda" onde as pessoas ficam plantadas por horas para comer mais ou menos, serão maltratadas pelo garçom e deixam três salários. Uma vez um turista de São Paulo me disse: "O quê?? Você não conhece o Balthazar?? Então você não conhece Nova York!". Bem, conheço o suficiente para ter presenciado a hostesse de lá nos oferecer uma mesa improvisada onde não caberia nem uma criança. Por que eu voltaria lá se a cidade tem 20 mil restaurantes?
Também morro de rir ao escutar: "O que está se usando em Nova York?" Bom, usa-se desde turbante indiano até calça de toureiro sevilhano. Pode escolher. Havaianas também estão em alta. Falando nisso, caminhar ainda é o melhor programa. É de graça e promete descobertas incríveis, como um músico tocando cello para crianças num domingo à tarde (foto). Em tempo, foi uma caminhada meu melhor programa de setembro: mais de 50 quadras, de sul a norte, numa bela madrugada de sábado. Não precisa de ingresso, convite, fila ou cartão de crédito. Apenas uma boa companhia. Para todo o resto, use o seu Mastercard.
Mais: todo mundo acha que jornalistas conhecem tudo, já viram todos os filmes, todas as peças, todas as exposições, já jantaram em todos os restaurantes, já leram todos os livros, e todos os jornais do dia. "Como você não leu a coluna do Thomas Friedman hoje?", "Como você ainda não viu 'Cézanne to Picasso'?", "Como você não leu o novo livro do Jonathan Safran Foer?". Simples. Se a gente fizer isso tudo, não paga aluguel na cidade mais cara do mundo. Não, não dá para conhecer todos as lojas, nem todos os restaurantes. Até porque, quem mora aqui, como em qualquer outra cidade, acaba indo aos lugares que nos fazem sentir em casa. Por exemplo, tomar sopa japonesa num restaurante pé-sujo, onde não se fala inglês, e nem sei o nome, descoberto por um amigo. Basta ele me enviar uma palavra por e-mail: "japa?". Em cinco minutos eu tô lá.
É preciso tomar muito cuidado também com o que se chama de "lugar da moda" numa cidade onde se vive do eclético. O que é moda pra um é brega pra outro. Há lugares "da moda" onde as pessoas ficam plantadas por horas para comer mais ou menos, serão maltratadas pelo garçom e deixam três salários. Uma vez um turista de São Paulo me disse: "O quê?? Você não conhece o Balthazar?? Então você não conhece Nova York!". Bem, conheço o suficiente para ter presenciado a hostesse de lá nos oferecer uma mesa improvisada onde não caberia nem uma criança. Por que eu voltaria lá se a cidade tem 20 mil restaurantes?
Também morro de rir ao escutar: "O que está se usando em Nova York?" Bom, usa-se desde turbante indiano até calça de toureiro sevilhano. Pode escolher. Havaianas também estão em alta. Falando nisso, caminhar ainda é o melhor programa. É de graça e promete descobertas incríveis, como um músico tocando cello para crianças num domingo à tarde (foto). Em tempo, foi uma caminhada meu melhor programa de setembro: mais de 50 quadras, de sul a norte, numa bela madrugada de sábado. Não precisa de ingresso, convite, fila ou cartão de crédito. Apenas uma boa companhia. Para todo o resto, use o seu Mastercard.