O documentário ’20.000 Dias na Terra’ tem o gênio australiano como produtor e astro mor
Nick Cave, o cantor e compositor depressivo que usa sempre terno escuro. Nick Cave, o romancista que já foi casado com PJ Harvey. Nick Cave, o cara que canta em Asas do Desejo, o filme mito de Wim Wenders e que fez pontas de ator e também trabalha como roteirista. Nick Cave ídolo, gênio, lindo. E agora estrela de um filme. Sim, dois diretores tiveram a manha de fazer o mais que necessário e quase inacreditável: um documentário-longa metragem sobre Nick Cave, com ele de produtor e astro mor.
O filme, 20.000 Dias na Terra, que mistura documentário com ficção e foi dirigido por Iain Forsyth e Jane Pollard. estreou em janeiro em Sundance e teve a premiere européia no Festival de Berlin, há duas semanas. Todos os ingressos para as quatro seções esgotaram em poucos segundos.
Se você não sabe quem é ou não conhece Nick Cave, vá até o YouTube e ouça alguma música agora mesmo. E saiba que Nick, australiano, já morou em Berlin e em São Paulo, onde marcava ponto na Mercearia São Pedro nos anos 90.
E, boa notícia. Todas as resenhas sobre o filme falam que ele é fabuloso e que tipo zerou a escala de documentários sobre astros da musica e colocou todos no chinelo. Em algumas das cenas, Nick Cave dirige por Londres e tem conversas (improvisadas, reais e gravadas em primeiro take) com Kylie Minogue e seu ex-companheiro de banda Blixa Bargeld [Einstürzende Neubauten], que explica porque saiu da banda de Nick, Bad Seeds.
“Eu estava relutante em fazer o filme porque quase todos os filmes de banda são apenas autopromoção, mas fui convencido quando li o script”, declarou Nick durante o lançamento do filme.
Ah, detalhe. Ele deixa escapar em uma das cenas que gosta de se vestir de mulher. E não desmente nem desmente que isso seja verdade ao lançar o filme. “Quando você se propõe a fazer uma coisa assim você fala internamente: foda-se”.
Agora, a melhor notícia. O filme já foi vendido para distribuidoras gigantes internacionais e deve estrear em grande circuito mundial no segundo semestre. Não podemos esperar! Uma hora e meia de Nick Cave? Não tem como dizer não!