Tem jornalista que é capaz de dar furo de reportagem até da cova. Não é pra menos: primeiro porque nenhum de nós “é um túmulo”. E segundo deve ser uma droga morrer e no dia seguinte descobrir uma história quentíssima. Pelo menos no novo filme do Woody Allen repórter morto também sugere pauta. Ontem fui assistir a Scoop (Furo de Reportagem, em português) que estreou nos Estados Unidos no fim de julho. Amei o filme. Assim como Match Point, ele foi rodado em Londres e também conta com Scarlett Johansson no papel principal. Aplaudidíssimo pelos meus companheiros de sala de projeção, Scoop traz Woody de volta à tela no papel de um mágico. Calma, fiquem tranqüilos: ele não agarra a mocinha. Finalmente, ele faz o favor de colocar um fortão para exercer a função, no caso o ator Hugh Jackman. Woody e Scarlett, na verdade, formam um belo par de comediantes - – ambos personagens – do Brooklyn.
O lendário diretor nova-iorquino continua atacado, disparando frases como “mas a sua família é ortodoxa! Ela te deixaria casar com um serial killer?”. Também fez o público morrer de rir ao dirigir um carro Smart, coisa típica da Europa (até eu já rodei por lá com um desses!). Scarlett interpreta uma estudante de jornalismo americana, meio boba, mas ambiciosa. De visita a Londres, ela vê a imagem de um jornalista recém-morto (Ian McShane) que reaparece neste mundo para lhe dar a pista de uma matéria inédita. Woody acaba entrando na investigação e o resto eu não vou contar. Mas confesso que estou abrindo todos os armários e portas à procura de um repórter fantasma com alguma dica cabeluda. Sei lá, vai que o Paulo Francis resolve aparecer por aqui. Acreditar nessas coisas eu não acredito. Pero que las hay... las hay.