Mulher polvo é o C#&$!

por Nina Lemos
Tpm #122

Decidimos acabar com o mito da mulher polvo, aquela capaz de fazer tudo ao mesmo tempo

Em um tempo não muito distante, falavam que mulher era tudo vaca. OK. Alguns ainda falam. Mas agora, depois dos anos 2000, surgiu outro tipo de mulher: a mulher polvo. Por que será que sempre estamos associadas a bichos, hein?

A tal mulher polvo é uma mulher multitarefa, assim como um eletrodoméstico que descasca, espreme e ainda bate a massa. Ela tem vários braços para dar conta de tudo. E dá. Livros já foram lançados a respeito e teses publicadas sobre a tal aberração. Nesta edição, quando decidimos avisar que ninguém tem que dar conta de tudo, lembramos da mulher polvo e decidimos repudiá-la. Não estamos nem um pouco a fim de ter mil e uma utilidades nem de ser comparadas com um bicho asqueroso.

Como levamos nosso trabalho a sério, resolvemos entender melhor o polvo, já que nos comparam com ele. E o que descobrimos? Não, ele não pega coisas com milhões de braços. Em geral, ele tem oito tentáculos. Dois são usados para se locomover, segundo uma pesquisa realizada na Inglaterra, e os outros seis “como braços”. Mas, não, eles não usam a grande quantidade de tentáculos para fazer várias coisas ao mesmo tempo, não. Eles comem e, por exemplo, tiram coisas da frente para nadar, tipo... empurram uma pedra (essa parte da pedra é livre interpretação científica nossa).

Enquanto isso, nós, chamadas de mulheres polvo, com apenas dois bracinhos, temos que pegar filho na escola, trabalhar, postar uma vida perfeita no Instagram, fazer a unha, arrumar a casa e mais umas 800 coisas. Conclusão: é mais fácil ser polvo do que ser mulher. E o mito da mulher polvo é uma farsa, inclusive cientificamente.

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