Como nem só do sexo feminino é feita a editora Trip, apresentamos nossos belos funcionários
Todos os dias nós encontramos no trabalho os homens que ilustram estas páginas. Jairo, Ricardo, Fábio, Nivas e Roberto estão sempre a postos para consertar o computador que deu pau, garantir que um documento chegará seguro ao seu destino, atender anunciantes ou trancar o portão da editora quando vamos embora. Mas, para inaugurar o ensaio dos funcionários, eles saem da rotina, tiram a camisa e revelam qualidades que não se vê durante o expediente.
Na nossa revista irmã, a Trip, já virou tradição turbinar dezembro/janeiro com as curvas de funcionárias da casa – este mês é a décima edição. Nesses oito anos de Tpm, nós tentamos algumas vezes fazer a nossa versão da brincadeira. Mas na hora H os meninos não topavam. Tinham medo que os amigos os “tirassem de boiola”. Ou ficavam tão tímidos com o convite, que instantaneamente seus rostos se transformavam em tomates. A partir de então, abaixavam a cabeça ao cruzar com uma de nós pelos corredores da Trip.
Mas este ano, na cozinha da editora, Nivas, o chefe da expedição, brinca com Ana Paula, a copeira: “Eu vou ficar nu! Já vou pelado na van”, referindo-se às fotos deste ensaio, que foram feitas numa praia do litoral sul paulista. Ele gostou tanto da ideia de bater uma bolinha numa terça-feira útil – e, não nega, de tirar umas fotos – que até resgatou um dos colegas, que havia pensado em desistir depois de levar um pito da namorada.
Assim, estava formado o ataque da Tpm. Honrados com o convite ou apenas curiosos para ver como seria a experiência, eles toparam bater uma bola na beira da praia e, de quebra, posar para as lentes de Daniel Aratangy. Apesar de os homens serem minoria na editora – 71 para 131 mulheres –, o time que reunimos foi um golaço. Homens que, como nós, estão aqui para trabalhar. E se divertir, por que não?
Jairo Silva 31 anos, auxiliar de expedição Quando perguntamos que tamanho é sua sunga, Jairo solta: “Extra G”. Depois ri. Apesar de o corpo tatuado – e modelado diariamente na academia – estar distribuído em 1,83 metro de altura, seu tamanho é M. Mostrando as ruguinhas na testa, ele questiona o convite, alegando que “a idade chega...”. “Mas quantos anos você tem?” Jairo pensa antes de responder: “31... É, acho que é isso”. Falha de memória à parte, ele se sente com 20. Mas as meninas que viram o pescoço quando ele passa, desde a época em que era motoboy da Trip, há dois anos, não estão nem aí para idade. Reparam é na fala mansa e no jeito galanteador de, por exemplo, dar voltas para evitar dizer “não”, quando pedimos um exemplar extra da revista. Além de cuidar do arquivo da editora, coordena os motoboys. Órfão de pai desde os 13, ele logo começou a trabalhar. “Homem sem trabalho não é homem”, sentencia. Divorciado e pai de Arthur, 3 anos, ele pensa em morar com a namorada. “Gosto de mulher com quem eu possa trocar ideia”, entrega. | Nivaldo Ferreira 33 anos, chefe da expedição Nivas é o quinto funcionário mais antigo da casa. Nascido em São Paulo, entrou na Trip em 1997, como motoboy, e hoje se denomina “zelador”. Com uma equipe de três meninos, ele recebe e entrega materiais, cuida da telefonia, das reformas... e de qualquer perrengue na infraestrutura da editora. Mesmo trabalhando em alguns fins de semana, ele não estressa. Fala baixo e só não está disponível em seu ramal na hora do almoço. Aí vai para a cozinha, onde saboreia a marmita preparada por Solange, sua mulher há 15 anos. “Ela é um pedaço de mim, é quem dita meu ritmo. Hoje ando através dos passos dela”, se declara Nivas. Desde que virou pai de Kaiane, 7, Kauê, 5, e João Pedro, 1, ele deixou de ser festeiro para curtir a família. Mas não abre mão do futebol, que é sagrado na TV e na quadra ao lado da Trip. “Quando chego, as crianças querem tomar banho comigo”, conta. Às vezes topa a brincadeira. Até porque não tem frescura em exibir o corpo – em casa ou na Tpm. |
José Roberto de Souza 34 anos, segurança De terno e gravata, o baiano Roberto chega à Trip quando os outros funcionários começam a ir embora, às 19 horas. Dá seu simpático boa noite até ficar sozinho. “Homem forrozeiro”, ele passa a noite ouvindo música ou assistindo à TV 10 polegadas. Segurança noturno desde 1995, quando chegou a São Paulo, Roberto coleciona algumas histórias macabras. Por exemplo, da noite em que viu a “mulher de branco” num antigo galpão, bem na hora que ia ao banheiro. Passou a noite apertado. Na Trip, o máximo que já aconteceu foi ouvir passos no terceiro andar. “Fui ver, mas não tinha nada interessante”, conta, concluindo que o barulho vinha da obra ao lado. Roberto nunca entrou num cemitério, mas sua filha, Ingrid, de 7 anos, é fissurada pelo lugar. Ele também é pai de Eric, 4, ambos do primeiro casamento. Há três anos com a segunda mulher, garante ser fiel. “Mas já fui safado e mulherengo”, confessa. | Ricardo Corá 23 anos, estagiário de atendimento Ele descobriu que era bonito na oitava série, quando as meninas começaram a olhar pra ele e... olhar de novo. “Gosto de me vestir bem e arrumar o cabelo. Sou narcisista mesmo”, confessa. Paulistano e falante, ele se inspira tanto pelos ingredientes da bolacha que saboreia durante a entrevista quanto por questões existenciais, disparando histórias e reflexões. Filho de um jornalista e de uma dona de casa, Ricardo aprendeu cedo a cozinhar – garante que prepara até camarão na moranga –, ler Machado de Assis, ouvir MPB e lavar banheiro. “Eu é que sou praticamente uma dona de casa”, brinca. Nos fins de semana, vai para Camburi (litoral norte de SP) pegar onda. Há oito meses, passa o dia atendendo anunciantes de uma revista da casa e, à noite, vai para a ESPM, completar o último ano de publicidade. Sucesso absoluto nos corredores da editora, ele, que nunca namorou, dá seu recado: “Até os 27 anos quero estar casado, com dois filhos”. |
Fábio Rosa 29 anos, chefe da informática Deu pau? Chama o Fábio. Não sabe se é vírus? Chama o Fábio. A internet sumiu? Chama o Fábio. Sempre de camisa – traje social comparado ao resto dos funcionários –, ele não fica tomando café nem jogando conversa fora pela editora. Está sempre resolvendo algum problema. Já se vão 20 anos de convivência com os computadores – sete só na Trip. Tinha 9 e ainda morava no interior do Paraná, onde nasceu, quando seu pai comprou o primeiro micro da família. “Era uma coisa muito nova. As pessoas vinham até minha casa ver o que era”, lembra. Autodidata, com 14 anos já dava aulas de informática. Aos 18, mudou para São Paulo, foi trabalhar na área e morar no centro. Mas só tinha grana para uma refeição diária. Dois anos depois, já dava para “tomar Toddy com leite”, brinca. Hoje, toma vinho de vez em quando e vive bem com a segunda mulher. Mas não tem dúvida: “Computador é mais lógico que mulher”. |
Produção de moda Camila Nunez Assistente de foto Bruno Deicc Agradecimento Centauro e Nike
Fábio veste bermuda V.Rom e sunga Osklen, Jairo veste bermuda V.Rom e sunga Blue Man, José Roberto veste camiseta Vila Romana, bermunda Mandi e sunga Blue Man, Nivaldo veste bermuda Redley e sunga Blue Man, Ricardo veste bermuda Lorenzo Merlino e sunga Blue Man, bola Nike