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Menina de ouro

A roteirista e diretora Beatriz Seigner se prepara para filmar seu segundo longa

Menina de ouro

Créditos: Nataly Zarth


Por Luciana Obniski TPM #130

em 10 de abril de 2013

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A roteirista e diretora Beatriz Seigner se prepara para filmar seu segundo longa e aceita o desafio de tentar melhorar as políticas públicas para o cinema nacional

A cineasta Beatriz Seigner, 28 anos, não chegou a completar nenhuma das duas faculdades que começou. Cursou filosofia na USP, em São Paulo, e, meses depois, iniciou a faculdade de cinema em Roma. Nesse meio-tempo, em 2003, ela viajou para a Índia, para acompanhar de perto a cultura do país. “Fazia aulas de dança indiana desde o colegial, com a Bhavana Rhya, e estava apaixonada pelo país. E era mais barato ir pra lá do que para a Europa”, assume.

Acabou passando seis meses na Índia, fazendo trabalho voluntário como fisioterapeuta de crianças em um hospital no sul do país. Saindo de lá, se fixou em Roma, onde estudou cinema, e passou mais alguns anos pela Europa até regressar ao Brasil, em 2007. Na volta, boa parte de seus amigos estava envolvida com o filme O cheiro do ralo, de Heitor Dhalia, inclusive a atriz Paula Braun. “Ela e diversas outras atrizes me perguntaram como era Bollywood e se era possível tentar participar de algumas produções na Índia. Daí pensei: ‘Espera aí, tem um roteiro nessa história’”, lembra.

Autodidata

Mesmo sem diploma, Bia sempre soube que queria ser diretora de cinema. Arregaçou as mangas, escreveu um roteiro e foi com três atrizes para a Índia filmar a história. “Quando gritei o primeiro ‘ação’ lá, pensei: ‘Nunca mais quero fazer outra coisa da minha vida’”, diz. O filme Sonho bollywoodiano, seu primeiro longa, foi exibido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo de 2009, ganhou boas resenhas de críticos e garantiu seu segundo projeto, Los silencios, ainda em fase de captação. “Já consegui 40% do dinheiro, vou filmar ano que vem. Boa parte do investimento veio de indianos que conheci durante o Sonho”, avisa.

Além do segundo longa, Bia também divide seu tempo em diversos outros projetos, entre eles um roteiro com o premiado diretor Walter Salles e a diretoria colegiada da ABD-SP (Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas). Lá, ela tenta direcionar os editais públicos para projetos nem sempre comerciais, para “garantir uma cinebiodiversidade”, brinca. “Quando me apaixono por algo, não meço esforços e não diferencio um trabalho do outro. Não importa se estou ganhando dinheiro ou não, gosto de produzir”, diz. Na edição deste mês não foi diferente: na página 28, ela indicou a atriz e amiga Paula Braun para o 24 Horas, a atriz Maeve Jinkings contou (na pág. 33) seu filme inspirador e Bia falou sobre sua relação com trabalho na página 30.

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