Longe de Casa

Ao passar longas temporadas filmando esportes radicais pelo mundo, a diretora Carla Lima se diz uma mulher nada prendada e reforça que quer distância do fogão

Carla Lima é daquele tipo de mulher que diz não saber fritar ovo. “Mas faço um mexido muito bem, viu?”, dispara, em tom de brincadeira, essa carioca de 27 anos formada em rádio e TV e pós-graduada em gestão de negócios. Ela comanda nove funcionários em sua própria produtora, a Lima Filmes, escreve roteiros, dirige e produz documentários e programas de TV (atualmente, Sol e sal e Cinco mares, no Canal Off). Carla ainda pega onda de câmera na mão para fazer imagens de surf. Com tantos dotes, quem ousaria dizer que a moça não é prendada só porque assume ser péssima dona de casa? “Digo que sou uma mulher prendada atual: aquela que resolve todas as coisas, mas não bota a mão na massa em tudo.”

Carla já confundiu pepino com abobrinha – porque “tinha vergonha de perguntar no mercado” – e está com a luz de um dos cômodos da casa queimada há um mês. “As pessoas próximas sabem que não falta vontade, mas talento e tempo”, assume. E o tempo, esse tem sido cada vez mais raro na vida da diretora. Desde que abriu a produtora, há dois anos e meio, ela não para de trabalhar. Além de Sol e sal, produziu um dos episódios de Se joga, programa de esportes radicais (extinto em 2011) do Multishow, foi contratada para dois outros projetos de aventura para TV (ainda sigilosos) e deve rodar, no segundo semestre, um documentário sobre a população das aldeias de Gana, na África.

Lar, doce lar?

De 2011 para cá, Carla já rodou quase 20 países para gravar cenas de esportes radicais. “Somando tudo, acho que fiquei só três meses em casa no ano passado.” Vida boa? “É o maior perrengue! Já tive que usar banheiro compartilhado com o hotel inteiro”, desabafa. “O short é o mesmo para a viagem inteira e a blusa a gente lava no chuveiro, com sabonete.” Fica difícil, portanto, lembrar o que falta na despensa de casa. Principalmente porque a casa dela é praticamente o mundo.

Enquanto você lê este texto, a diretora provavelmente estará filmando entre Tonga e Samoa, na Oceania, a terceira temporada de Sol e sal, com estreia marcada para julho. Na mala, o indispensável: 1 quilo de farelo de aveia, um celular cheio de lembretes e os itens que você confere na página 32 do Bazar, na qual Carla elencou o que não pode faltar em sua vida “portátil”. As 24 Horas da surfista bicampeã mundial Jacqueline Silva também são sugestão dela. E para o Beleza Produto, na página 90, Carla indicou a amiga Valentina Seabra, que contou como usar batom escuro de um jeito mais despojado.